Unicef condena novos sequestros de meninas na Nigéria

terça-feira, maio 6, 2014

Agência da ONU classificou como repugnante alegações de que as crianças e jovens foram sequestradas para evitar que fossem a escola; Nações Unidas pediram ação do governo da Nigéria no caso.

Para funcionárias da ONU, governo tem a responsabilidade de garantir proteção dos menores. Foto: Unicef/Nesbitt

Para funcionárias da ONU, governo tem a responsabilidade de garantir proteção dos menores. Foto: Unicef/Nesbitt

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, condenou esta terça-feira o sequestro de mais oito meninas na Nigéria.

O Unicef classificou como repugnante as alegações de que elas foram sequestradas para não frequentar a escola.

A agência da ONU pediu aos responsáveis que libertem imediatamente as meninas.

O Unicef fez um apelo a todos que têm algum tipo de influência que façam o possível para garantir a volta segura das crianças a suas casas e para levar os sequestradores à justiça.

Boko Haram

Mais cedo, a Comissária da ONU para os Direitos Humanos pediu ao presidente e ao governo da Nigéria que façam o possível para garantir o retorno seguro das meninas sequestradas pela milícia Boko Haram.

A declaração divulgada esta terça-feira pelo escritório de Navi Pillay, em Genebra, expressa profunda preocupação com as alegações feitas num vídeo que se acredita ser do líder dos rebeldes islâmicos.

Escravas

A gravação, que circula nos meios de comunicação, diz que as meninas serão vendidas para casar, servindo como escravas.

Agências de notícias afirmam que o grupo está mantendo mais de 200 meninas em cativeiro. Calcula-se que 53 conseguiram fugir após o sequestro ocorrido no mês passado numa escola da área de Chiboko, no estado de Borno.

Conflitos

Pillay quer que o governo tome todas as medidas necessárias para proteger as pessoas da violação dos direitos humanos e de crimes. A representante da ONU falou ainda sobre a importância da cooperação total entre as autoridades locais e do governo federal.

Para a alta comissária, a falha em tomar medidas eficazes dentro dos seus meios para proteger a população é considerada uma violação dos direitos humanos.

Escravidão

Pillay alerta os responsáveis pelo sequestro da existência de “uma proibição absoluta contra a escravidão e a escravidão sexual no direito internacional”. Segundo ela, a acão pode constituir crime contra a humanidade em determinadas circunstâncias.

O apelo da ONU é para que as meninas sejam imediatamente devolvidas ilesas para as suas famílias.

Pedido de Ajuda

De acordo com agências de notícias, o presidente nigeriano Goodluck Jonathan pediu ajuda a vários países, incluindo os Estados Unidos, para encontrar as crianças sequestradas pelo grupo Boko Haram.

Navi Pillay assinou a carta com a diretora executiva da ONU Mulheres, a representante especial do Secretário-Geral sobre a Violência Sexual em Conflitos e a representante especial do Secretário-Geral sobre Crianças e Conflitos Armados.

As quatro funcionárias da ONU lembraram que o Governo nigeriano tem a responsabilidade de garantir a proteção dos direitos básicos dos menores à educação e contra a violência, a perseguição e a intimidação.

*Apresentação: Edgard Júnior.

Fonte: ONU


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