Adokiye Kyrian disse que poderia ser trocada por 300 meninas levadas de escola por grupo radical islâmico Boko Haram
A cantora pop nigeriana Adokiye Kyrian, de 23 anos, ofereceu sua virgindade em troca das cerca de 300 garotas sequestradas dentro da escola, na cidade de Chibok, pelo grupo radical islâmico Boko Haram. Em entrevista ao jornal “Vanguard”, ela disse que poderia ser trocada pelas meninas.
“Gostaria de poder me oferecer em troca. Pelo amor de Deus, elas têm entre 12 e 15 anos. Sou mais velha e mais experiente. Mesmo se dez ou doze homens me possuíssem todas as noites, eu não me importo”, teria dito.
As meninas foram levadas na noite do dia 14 de abril passado. Elas faziam uma prova de física quando homens vestidos de soldados chegaram disparando suas armas no local. Apresentaram-se como militares e ordenaram às meninas que subissem nos caminhões.
Elas já tinham escutado boatos de que o Boko Haram, o grupo de extremistas islâmicos que pratica chacinas e sequestros no norte da Nigéria, estava prestes a agir na cidade. Amedrontadas, obedeceram. Quando todas estavam em cima dos caminhões, os homens dispararam tiros para o ar e gritaram, em coro: “Allahu akbar”, ou “Deus é grande”, para celebrar o êxito da ação.
O Boko Haram sequestra meninas e as obriga a se converter ao islã. Depois, as vende como esposas para líderes tribais ou as mantêm como escravas sexuais. As que tentam fugir são degoladas com facões. A terrível notícia do rapto se espalhou pelo mundo. No caminho para o esconderijo, algumas vítimas conseguiram fugir. Surgiram testemunhos como o de uma jovem que afirmou que suas colegas estavam sofrendo 15 estupros diários e que ela, virgem, foi oferecida ao líder do grupo.
Os relatos levaram celebridades como Angelina Jolie e Michelle Obama a participar de uma campanha na internet para mobilizar governantes — da Nigéria e fora dela — a se empenhar na busca pelas jovens.
Em um primeiro momento, o governo nigeriano recusou ajuda internacional. Por isso, a ONU cobrou atitudes do presidente Goodluck Johnathan. “Ter o mundo olhando para nós pressionou as autoridades”, afirma Aisha Oyebode, uma das líderes da Coalizão Mulheres pela Paz e pela Justiça, que organizou protestos na Nigéria. Quando as autoridades locais aceitaram, Estados Unidos, Reino Unido e França enviaram equipes para o país.
Fonte: Marie Claire