O Ministro das Relações Externas da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, defendeu que a Alemanha deverá receber mais refugiados da Síria. Durante uma visita a um campo de refugiados no Líbano no dia 29 de maio ele disse que a Alemanha deveria oferecer mais proteção para os refugiados sírios. Ele fez campanha para um acordo generoso e rápido entre o governo federal e os estados.
Já no dia 14 de maio um porta-voz do Ministério do Interior confirmou que a Alemanha queria acolher mais refugiados. Desde então, o governo federal e os estados estão negociando sobre novos lugares para a chamada inclusão humanitária. De acordo com o Ministério do Interior uma decisão definitiva será tomada na Conferência dos Ministros do Interior dos estados nos dias 13 e 14 de junho. Fala-se de um total de 10.000 lugares.
Segundo informações das autoridades, desde o início do conflito na Síria em 2011 mais de 31 mil refugiados solicitaram asilo na Alemanha. Em março e dezembro de 2013 o governo federal lançou dois programas especiais com um total de 10.000 lugares para refugiados sírios. Até fevereiro deste ano os sírios que moram na Alemanha podiam se aplicar a um programa federal especial para trazer seus parentes. Cerca de 76 mil aplicações foram recebidas pelos estados.
Malmström exige “vistos humanitários”
Na quinta-feira passada a Comissária para os Assuntos Internos na Comissão Europeia Cecilia Malmström apelou aos Estados-Membros da União Europeia de acolher mais refugiados e oferecer-lhes os meios legais para entrar. Ela sugeriu a concessão de “vistos humanitários” para entrar na UE. Dessa maneira se poderia evitar que os refugiados caiam nas mãos de traficantes e que arrisquem suas vidas na fuga para a Europa.
Vozes críticas
A chefe do Partido Verde Alemão Simone Peter exigiu que Steinmeier cumprisse seu anúncio. “Acolher mais 10.000 refugiados é o mínimo que a Alemanha pode fazer diante da dramática miséria dos refugiados na Síria”, disse ela.
A organização de refugiados “Pro Asyl” reclamou que mais 10.000 lugares são importantes, mas não suficientes. A organização exige que os estados acolham todos os 76 mil sírios, o número que foi pedido no âmbito do programa federal especial.
A Cruz Vermelha Alemã pediu um processo de inclusão mais rápido. Segundo o presidente Rudolf Seiter, todo o possível deve ser feito para acelerar os procedimentos e reduzir a burocracia.
A maior crise de refugiados no mundo
Com nove milhões de refugiados, a Guerra Civil da Síria causou a maior crise de refugiados mundial da atualidade. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), desde o início do conflito faz três anos, mais de 2,5 milhões de sírios fugiram para o exterior; outros 6,5 milhões se tornaram refugiados no seu próprio país. Em total, mais de 40 por cento da população da Síria estão em fuga, dos quais 50 por cento são crianças.
Fonte: Representações da República Federal da Alemanha no Brasil