Os Estados Unidos prometeram hoje ajuda a meio milhão de iraquianos que vão fugir perante a ofensiva dos rebeldes islamitas (“jihadistas”) que avançam em direção a Bagdad.
Em declarações perante a comissão de Negócios Estrangeiros do Senado norte-americano, o novo embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Stuart Jones, considerou que os islamitas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) eram “um dos grupos terroristas mais perigosos do mundo”.
“Vamos continuar a acompanhar a situação de perto e vamos trabalhar com os nossos parceiros internacionais para tentar responder às necessidades daqueles que foram deslocados”, explicou o diplomata, cuja nomeação para o cargo em Bagdad deve ser confirmada pelo Senado.
“A violência no Iraque atingiu níveis que não eram constatados desde 2007″, reconheceu Jones.
Os “jihadistas” tomaram hoje uma nova cidade iraquiana e avançam em direção à capital, numa ofensiva que levou à fuga cerca de meio milhão de habitantes.
A última conquista foi Tikrit, a 160 quilómetros a norte de Bagdad, um local simbólico uma vez que é a região natal do presidente sunita Saddam Hussein, derrubado e executado após a invasão norte-americana de 2003.
A Liga Árabe e a UE pediram a “todas as forças democráticas iraquianas” que cooperem para enfrentar a “deterioração da segurança” no país, na sequência da ofensiva “jihadista”.
“(…) A UE e a Liga Árabe pedem a todas as forças democráticas iraquianas para cooperar, com base na Constituição iraquiana, para vencer este desafio à segurança do Iraque e para honrar a vontade dos iraquianos de serem governados no quadro de um processo democrático”, de acordo com um comunicado das duas instituições, cujos representantes estiveram reunidos em Atenas.
A UE e a Liga Árabe pediram especialmente a “cooperação das forças políticas e militares” do governo iraquiano, de maioria xiita, e da província do Curdistão “para restaurar a segurança em Mossul e Ninive”.
As duas instituições lembraram que “a unidade e a integridade do território iraquiano são essenciais para a estabilidade e desenvolvimento económico do país e da região”.
Entretanto, forças de elite iraquianas recuperaram, em cooperação com clãs tribais, a zona de Biyi, na província de Salaheddine, a norte de Bagdad, noticiou a televisão oficial Al-Iraqiya.
Na terça-feira, os “jihadistas” tomaram, quase sem oposição do poder xiita, a província de Ninive, cuja capital e segunda cidade mais importante do Iraque é Mossul, e setores das duas províncias mais próximas, Kirkuk e Salaheddin.
O EIIL tem também uma forte presença na Síria, onde combate as tropas de Bashar al-Assad, na tentativa de criar um Estado islâmico entre o Iraque e a Síria.
Lusa
Fonte: Sic Notícias