Dez meses depois do Papa pedir para os convestor de Roma hospedarem refugiados, o apelo do Papa não teve o êxito esperado: somente duas estruturas aderiram, colocando à disposição.
“Abram os conventos vazios de Roma para hospedar os refugiados”. Dez meses depois, e após uma carta do Vicariato, o apelo do Papa não teve o êxito esperado: somente duas estruturas aderiram, colocando à disposição, no total, 7 leitos.
As religiosas de São José de Chambery ofereceram 2 lugares na casa de sua sede provincial, e abrigaram dois jovens refugiados políticos africanos; e as irmãs da Caridade de Santa Joana Antida Thouret, que possuem uma casa no centro de Roma, estão hospedando 5 mulheres refugiadas.
Nada, se comparado ao patrimônio dos institutos religiosos da Diocese do Papa: 160 na capital e 40 na província, contabilizando um total de 15 mil leitos. O site istituti-religiosi oferece quartos para turistas e peregrinos em mais de 110 estruturas com Internet, ar condicionado, TV, cofre e outras comodidades típicas de hotéis.
Em 10 de setembro passado, visitando o Centro Astalli, em que os jesuítas acolhem refugiados há mais de 30 anos, o Papa fez um pedido claro: “A Igreja não deve transformar os conventos vazios em hotéis para ganhar dinheiro; não são nossos, são para a carne de Cristo, que são os refugiados. O Senhor chama a viver com generosidade e coragem o acolhimento nos conventos vazios”.
Dando sequência às palavras do Papa, o Vicariato enviou uma carta a todos os institutos religiosos da Diocese pedindo que colocassem seus espaços não utilizados à disposição. Ao que parece, o pedido foi arquivado.
Um dossiê da Caritas aponta que em Roma vivem pelo menos 3500 refugiados em ‘colônias’, como a de La Romanina, onde cerca de 2 mil etíopes, somalis e sudaneses ocuparam um prédio e vivem ilegalmente em 7 andares, sem nenhuma forma de assistência. Diversos núcleos familiares têm crianças pequenas, vivendo em condições insalubres.
Outro grande aglomerado, o maior de Roma, existe desde 2000. Ali convivem eritreus e etíopes, latino-americanos, marroquinos, europeus do Leste e um grupo de bengaleses. Muitos estão de passagem, muitos são menores desacompanhados, como noticia o jornal italiano La Repubblica
Fonte: RS 21