Previsto regresso de 24 mil refugiados

terça-feira, junho 17, 2014

Maioria deve regressar a Angola ainda este ano.

Campo de refugiados - Ampe Rogério/RA

Campo de refugiados – Ampe Rogério/RA

Cerca de 24 mil refugiados deverão regressar a Angola este ano, a maioria oriunda da República Democrática do Congo (RDC), segundo previsão feita ontem pelo representante em Luanda do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

De acordo com Hans Lunshof, além da RDC, a planificação em curso envolve também refugiados angolanos na Zâmbia, alguns dos quais já estão a regressar ao país “em pequenos grupos”, após emissão de salvo-condutos pelos consulados nacionais.

“Esperamos poder organizar este ano o regresso de 24 mil pessoas, mas também depende dos preparativos no lado da RDC principalmente”, explicou Hans Lunshof, durante uma mesa redonda organizada pelo ACNUR no âmbito das comemorações do dia mundial do Refugiado, que se assinala a 20 de Junho.

O representante do ACNUR em Angola acrescentou, contudo, que ainda será necessário realizar reuniões preparatórias com os Governos de Angola e da RDC para coordenar esta logística, sendo esta também o país mais complicado da operação, por concentrar o maior número de refugiados.

Segundo números do ACNUR, o conflito armado, com a guerra colonial e a guerra civil em Angola, entre 1961 e 2002, provocou a deslocação forçada de quatro milhões de pessoas e o exílio de outras 600 mil.

Para concretizar a operação em preparação, aquele organismo das Nações Unidas já conta com fundos de USD 1,7 milhões garantidos, assegurados também por doadores internacionais.

Uma verba que Hans Lunshof admite que “provavelmente” será insuficiente para assegurar o transporte e distribuição pelo país destes nacionais angolanos caso se concretize a planificação máxima de 24 mil refugiados.

“Vamos pedir mais fundos depois do começo da operação, quando tivermos um bom ritmo de repatriamento. Isso vai dar-nos o argumento também de convencer a nossa sede e os outros doadores para fornecerem mais fundos”, disse ainda, durante a mesa redonda sobre a “Protecção Internacional do Refugiado no âmbito da Migração”, que se realizou hoje na Universidade Metodista, em Luanda.

Esta será a última fase do processo de repatriamento, pelo que quem quiser permanecer no país de acolhimento poderá fazê-lo, passando a ter o estatuto de residente e não de refugiado, como até agora.

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