A Síria está a viver uma das maiores secas dos últimos 50 anos. Os baixos níveis de precipitação aliados à falta de saneamento e higiene representam uma “catástrofe humanitária” para mais de quatro milhões de crianças do país.
A Unicef (agência das Nações Unidas para a infância) lançou um apelo internacional: “A esgotar-se: a crescente crise de água com que se debate a Síria e a região”. Numa nota enviada à imprensa a organização da ONU diz que em 2014 só foi disponibilizado 20% do financiamento para programas de água, saneamento e higiene.
O alerta da Unicef aponta para que mais de quatro milhões de crianças (46% da população atual da Síria) estejam em grave risco de vida devido aos baixos níveis de precipitação deste ano, um dos mais baixos índices dos últimos cinquenta anos.
A guerra civil e a atual seca deixaram as infraestruturas de abastecimento de água da Síria destruídas – situação que representa um agravamento no problema de disponibilidade de água do país. O comunicado enviado à imprensa dá conta de zonas do país que só recebem água de três em três semanas.
“A escassez de água na Síria é tão grave que pode levar mais civis a deixar as suas casas, e aumentar o número de refugiados que já atinge os 6 milhões e meio de pessoas. (…) No Líbano e na Jordânia as tensões entre as comunidades locais e refugiados sírios estão a aumentar devido à concorrência pelos recursos limitados, incluindo a água”, refere a nota de imprensa da Unicef.
“A propagação de doenças nas crianças mais vulneráveis”, é outra consequência desta crise, acrescenta Maria Calivis, diretora regional da Unicef para o Médio Oriente e Norte de África.
No alerta da Unicef lê-se também que caso não recebam doações significativas serão “obrigados a parar ou reduzir algumas das operações”, o que segundo a organização coloca as crianças em maior risco “de doenças provocadas pelo consumo de água contaminada e outras doenças contagiosas”, afirma a Directora Regional.
Fonte: Sapo.pt