À primeira vista, os meninos Jumar e Limar parecem apenas duas crianças entre as milhares que reverenciam Neymar até no corte de cabelo. Suas histórias, contudo, vão além dos campinhos esburacados onde todo garoto começa seus dribles, e os nomes rimam com o do ídolo em outro idioma. Nascidos na Síria, eles explicam com uma naturalidade desconcertante o motivo pelo qual saíram de seu país, há um ano, com destino à sede da Copa: “Lá tinha muita guerra, bombas e foguetes.”
Eles, que são filhos do artista plástico sírio Riad Al Najm, que fugiu dos conflitos em Damasco com o irmão, Fahed, construíam bonecos de resina e argila para peças de teatro e emissoras de TV. Depois que os conflitos no país vitimaram um sobrinho e bombas caíram bem perto do ateliê da dupla, eles vieram para Brasília, onde continuam a trabalhar.
No ano passado, começaram a construir um troféu em homenagem a Neymar, com o rosto do jogador. A ideia é entregar a peça para o atleta em 23 de junho, quando a Seleção Brasileira joga contra Camarões no Mané Garrincha.
Jumar e Limar falam português, mas Riad e Fahed ainda não aprenderam. Com gestos e a tradução dos sobrinhos, Fahed explica por que quer entregar a obra para Neymar: “Queremos dar para ele porque é bom jogador e porque o mundo inteiro está vendo. Queremos pedir que ele mande essa mensagem, que os países acabem com a guerra, porque muitas crianças morrem.”
Fahed ainda tenta resumir, fazendo um pássaro com as mãos, o sentido do que deseja: paz.
Fonte: Metrô