Um total de 56.557 crianças foram detidas ao cruzar a fronteira entre os Estados Unidos e o México desde outubro de 2013 até junho de 2014, a maioria delas provenientes da América Central.
Um total de 56.557 crianças foram detidas ao cruzar a fronteira entre os Estados Unidos e o México desde outubro de 2013 até junho de 2014, a maioria delas provenientes da América Central, segundo dados do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
Preocupado com a migração de crianças desacompanhadas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou nesta quarta-feira (16) um alerta sobre essa “situação humanitária urgente” e solicitou aos governos dos países originários, de trânsito ou destino que protejam a dignidade e direitos humanos dessas meninas e meninos.
“Crianças desacompanhadas, incluindo aqueles menores de sete anos, estão fazendo essa jornada perigosa, muitas vezes confiando em redes de tráfico humano inescrupulosas que as expõem a danos, exploração e abusos”, disse Ban através de uma mensagem à Conferência Internacional sobre Migração, Infância e Família, em Tegucigalpa, Honduras, que reuniu representantes de El Salvador, Guatemala, México, Estados Unidos e integrantes da Organização de Estados Americanos (OEA).
De acordo com a informação oficial hondurenha, 2,7 mil crianças migraram para os Estados Unidos em setembro de 2013. Até junho deste ano, o governo de Honduras estima que 13 mil meninos e meninas provenientes deste país viajaram para os Estados Unidos desacompanhados.
Preocupado com o tráfico de crianças, Ban ressaltou a necessidade de sensibilizar tantos os pais como as crianças sobre os perigos de uma “migração irregular e não planejada”, de confiar muitas vezes em informação incorreta e na necessidade de entender e lidar com as causas por trás desse fenômeno atual.
“Convoco a todos os governos dos países pertinentes, sejam aqueles de origem, trânsito ou destino, que protejam urgentemente os direitos humanos das crianças migrantes, principalmente suas vidas e integridade física, como estipulado no padrão internacional legal”, disse ele, referindo-se à declaração adotada de forma unânime por 193 países-membros que “reafirma a necessidade de promover e proteger efetivamente os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos os migrantes, independente do seu status, especialmente das mulheres e crianças”.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) recentemente lançou o relatório “Crianças em fuga”, que revela o impacto humanitário dessa situação, ao analisar o caso de 404 crianças desacompanhadas que deram diferentes explicações sobre o porquê de deixar os seus lares.
Na semana passada, a agência demonstrou sua preocupação com o número crescente de crianças e famílias que estavam abandonando suas residências na América Central e instou os países na região a adotar uma resposta humanitária mais efetiva.
Fonte: ONU