Em seu pronunciamento semanal, primeiro-ministro iraquiano afirmou estar disposto a ‘perdoar’ os civis sunitas que se juntaram aos terroristas
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta quarta-feira que 1,2 milhão de iraquianos tiveram de abandonar seus lares desde o início dos conflitos provocados pelo avanço dos jihadistas sunitas, em 10 de junho. Em comunicado, a secretária-geral adjunta para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, se mostrou “extremamente preocupada pelo destino dos deslocados”, tendo em vista que a situação segue se deteriorando no país.
Devido à falta de estrutura, Valerie também alertou sobre o risco de surtos de doenças infecciosas. “As famílias necessitam urgentemente de água, comida, alojamento, saúde, saneamento e proteção contra violência. As crianças são especialmente vulneráveis à aparição de doenças e à desnutrição”, alertou. A secretária-geral adjunta para Assuntos Humanitários agradeceu a contribuição saudita de 500 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais) para fazer frente às necessidades humanitárias dos iraquianos e mostrou sua confiança na possibilidade de outras doações similares.
Perdão aos sunitas – O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, disse nesta quarta estar disposto a perdoar os combatentes sunitas civis que se rebelaram contra o governo, mas não os terroristas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) que lideram a ofensiva. Em sua entrevista coletiva semanal, Maliki deu as “boas-vindas a todos os clãs sunitas que pegaram em armas” que mostrarem arrependimento. Além disso, o primeiro-ministro interino assegurou que o anúncio do califado islâmico feito pelo chefe do EIIL, Abu Bakr al Baghdadi, é uma ameaça para os países da região, não apenas ao Iraque e à Síria – nações onde o grupo terrorista é mais forte.
Nesta terça, fracassou a primeira reunião do Parlamento iraquiano por falta de consenso para nomear seu novo presidente, primeiro passo para a eleição de um novo presidente da República e de um novo executivo. Na próxima sessão, fixada para 8 de julho, “superaremos os obstáculos para formar um novo governo”, afirmou Malik.
O EIIL declarou um califado da província síria de Aleppo até a iraquiana de Diyala, e seu líder Baghdadi exigiu que todos os muçulmanos emigrem de forma “obrigatória” ao autoproclamado Estado Islâmico. Segundo os dados divulgados ontem pela ONU, o número de vítimas por causa da violência no Iraque aumentou dramaticamente em junho, alcançando os 2.417 mortos e 2.287 feridos, frente aos 800 mortos registrados em maio.
(Com agências EFE e France-Presse)
Fonte: Veja