A maioria são mulheres e crianças, chegando a representar 94% na Etiópia. Entre o total de 400 mil refugiados em outros países, há mais de 14 mil crianças desacompanhadas.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) solicitou nesta sexta-feira (11) 658 milhões de dólares para responder à crescente crise no Sudão do Sul, com estimativa de alcançar 715 mil refugiados até o final do ano.
O apelo surge depois de a agência da ONU constatar que o volume de refugiados quase dobrou desde que lançou o primeiro pedido de ajuda, em março, para responder a essa crise humanitária.
“A cifra de mais de 715 mil representa quase dobro do número de refugiados que nós prevíamos quando lançamos o apelo original em março”, data em que a agência pediu 371 milhões de dólares para atender a estimativa de 340 mil refugiados.
“Se não obtermos essa quantia urgentemente, as consequências poderiam ser drásticas e poderá incluir escassez de comida, piora das condições sanitárias e aumento do risco de doença”, disse Melissa Fleming, porta-voz do ACNUR.
O plano de resposta revisado tem o objetivo de fornecer itens de alimentação, abrigo, saneamento e saúde para os refugiados, assim como assegurar que os campos e assentamentos sejam seguros e contribuir para informar sobre violações de direitos humanos dentro do Sudão do Sul.
A porta-voz alertou sobre o êxodo de refugiados para a Etiópia, Quênia, Sudão e Uganda num ritmo mais alto do que inicialmente antecipado. A Etiópia recebeu o maior fluxo nos últimos meses, com mais de 11 mil sul-sudaneses cruzando a fronteira pelo remoto vilarejo de Burubiey em um período de 72 horas, durante o auge da crise no começo de maio. Atualmente, esse lugar remoto da Etiópia continua recebendo mais de mil refugiados ao dia.
Um número extremamente alto de refugiados são mulheres e crianças, chegando a representar 94% daqueles que chegaram à Etiópia. Há mais de 14 mil crianças desacompanhadas e, atualmente, existem 158 mil refugiados sul-sudaneses na Etiópia, 118 mil em Uganda, 81 mil no Sudão e 41 mil no Quênia, totalizando 400 mil que fugiram do conflito.
Fonte: ONU