Um relatório da ONU divulgado esta semana revela que está a verificar-se um aumento considerável de assassinatos e mutilações de crianças em zonas onde se registam conflitos armados, destacando-se em particular o caso do Iraque e também do Afeganistão.
As “graves violações cometidas contra crianças”, como está escrito no documento, implicam um conjunto de 23 países que incluem, além do Iraque e do Afeganistão, a Síria, Sudão do Sul, Nigéria e República Centro-Africana.
Segundo a representante do secretário-geral para crianças e conflitos armados, Leila Zerrougui, a Síria é um dos países “onde a intensificação das hostilidades levou a graves violações contra crianças”.
O documento refere que na República Centro-Africana “o recrutamento e o uso de menores em conflitos, aumentou no ano passado”, assim como se registaram casos de utilização de crianças no confronto entre o exército e forças rebeldes no Sudão do Sul.
Outro país monitorizado é a Nigéria. Segundo a ONU, “além da crise humanitária que atinge metade da população na região nordeste, o país enfrenta os ataques do grupo Boko Haram”, que foi responsável por diversos ataques contra escolas e pelo sequestro de 200 meninas de um colégio em Chibok.
O relatório inclui ainda uma lista de grupos armados e forças armadas que matam, mutilam, recrutam e cometem violência sexual contra crianças.
No ano passado foram registados mais de 4 mil casos de recrutamento de crianças-soldados, embora as Nações Unidas calculem que “milhares de outras devem estar a ser usadas em conflitos”.
Fonte: AIS