A ofensiva israelita na Faixa de Gaza entra no sexto dia. Pelo menos 50 palestinianos terão sido mortos entre a noite de sábado e a madrugada de domingo.
Mais uma noite de intensos ataques aéreos israelitas contra edifícios da segurança e esquadras da polícia dirigidos por militantes do Hamas, em Gaza, elevaram para 159 o número de mortos palestinianos desde o início da ofensiva no território. Outros meios de comunicação admitem que o conflito provocou já 166 mortos. Certo é que este número não para de aumentar a cada hora que passa.
O relatório divulgado este domingo pelo Centro Palestiniano para os Direitos Humanos contabiliza 156 mortos, 132 dos quais civis, incluindo 35 crianças e 26 mulheres. A organização palestiniana dá ainda conta de 934 feridos, civis na sua maioria, 280 dos quais são crianças e 194 mulheres.
Pela primeira vez, israelitas e palestinianos envolveram-se numa troca de tiros, na manhã de domingo, naquela que foi a primeira incursão terrestre de Israel na Faixa de Gaza, e que tinha como alvo um local de lançamento de rockets junto à costa. Deste ataque resultaram quatro feridos ligeiros entre os soldados israelitas, segundo uma informação divulgada por um porta-voz do exército de Israel, que não quis avançar mais pormenores sobre a missão.
Segundo a Al Jazeera, as Brigadas Qassam, braço-armado do Hamas, também confirmaram a troca de tiros entre combatentes palestinianos e soldados israelitas quando estes tentaram entrar na zona de Sudanyia, no nordeste de Gaza.
A última noite foi a mais sangrenta desde o início do conflito, na passada terça-feira. Pelo menos 18 membros da mesma família foram mortos quando um míssil israelita atingiu a casa do chefe da polícia de Gaza, Tayseer al-Batsh, que terá ficado ferido. Mais de 50 palestinianos perderam a vida durante a noite, o que fez disparar o número de vítimas mortais em seis dias de ataques.
Panfletos avisam civis para deixarem as suas casas
Os ataques aéreos israelitas, lançados durante as primeiras horas de domingo, destruíram a maior parte dos edifícios das forças de segurança palestinianas e também os edifícios anexos, uma vez que estes complexos se situam num bairro de Tel al-Hawa, no sul de Gaza, onde existe uma elevada densidade populacional.
Num panfleto lançado pelo ar e transmitido também por via eletrónica, o exército israelita está a advertir a população civil de bairros do norte da Faixa de Gaza para que abandonem as suas casas, alertando para bombardeamentos iminentes. Segundo o panfleto, escrito em árabe, “o Exército tem a intenção de atacar infraestruturas terroristas a este de Alatara e de As-Sultan e a norte do campo de refugiados de Yabalia.
As forças israelitas dizem ter atingido cerca de 1320 alvos “terroristas” em Gaza. O jornal israelita “Haaretz” adianta que o escudo antimísseis israelita intercetou quatro rockets na manhã de domingo.
Israel acusa o Hamas de ter lançado até ao momento mais de 800 rockets contra alvos israelitas. Nos bombardeamentos desta semana pelo menos cinco israelitas ficaram feridos, dois com gravidade, mas não há mortes a lamentar.
O Conselho de Segurança da ONU pediu, este sábado, um cessar-fogo e o início das conversações de paz na região.
Fonte: sapo.pt