Cerca de 3,3 milhões de pessoas foram deslocadas na Nigéria devido à onda de violência que começou em 2010, informaram dois peritos independentes de direitos humanos da ONU, no passado dia 23, pedindo ao governo nigeriano e à comunidade global para que resolvam esta grave situação.
O relator especial da ONU sobre os direitos humanos dos deslocados internos e sobre as questões das minorias, Chaloka Beyani e Rita Izsak, respectivamente, também observaram que a Nigéria hoje registra um dos maiores números de pessoas deslocadas internamente do mundo.
“O apoio internacional para proteger e assistir os deslocados está sendo lamentavelmente insuficiente e não conseguiu acompanhar o rápido aumento dos deslocados internos no país”, alertou Beyani. “O deslocamento interno em grande escala continua a ser um desafio nacional na Nigéria.”
Os dois especialistas pediram que todos os lados poupem os civis e áreas civis e destacaram que a maioria dos deslocados são mulheres chefes de família, muitas delas viúvas e com filhos. Além disso, disseram também que o governo nigeriano deve adotar o projeto de política nacional para os deslocados internos para que possa servir de referência na resposta mais eficazmente às necessidades de milhões de pessoas que estão nesta situação.
“Eles têm sido vítimas de violações, foram traumatizados, perderam todos os meios para se sustentar, inclusive suas famílias, e de fato precisam de ajuda urgente”, disse Beyani. “Não só os deslocados internos perderam todos os meios para se sustentar, mas comunidades de acolhimento também esgotaram a sua capacidade de suporte”, acrescentou.
Djinnit expressou condolências às famílias das vítimas e apelou às autoridades nigerianas para fazer todo o possível para acabar com a carnificina e levar os responsáveis à justiça. Ele também reiterou o apoio da ONU aos esforços regionais para pôr um fim à ameaça de terrorismo e aos ataques do Boko Haram.