Desde outubro de 2013, centenas de crianças e adolescentes têm chegado aos Estados Unidos (EUA) sem os pais ou parentes, em função, sobretudo, do aumento da violência em países da América Central, a exemplo, dentre outros, de Honduras, Guatemala,México e El Salvador. Como consequência, mais de 11.687 crianças e adolescentes menores de idade permanecem detidas em centros fronteiriços nos EUA e mais de 50.000 já cruzaram as fronteiras.
O grande influxo de crianças e adolescentes fez com que o Governo norte-americano iniciasse um diálogo com os países de origem desse grupo em termos, inclusive, de uma crise humanitária.
Ainda que algumas tenham vindo de países como Sri Lanka e Tanzânia, a grande maioria, ao redor de 74%, tem origem no chamado Triângulo do Norte, composto por: Guatemala, Honduras e El Salvador.
Entre as ações anunciadas pelo presidente Barack Obama para solucionar a chamada crise, está, por exemplo, o lançamento de um programa que coloca uma variedade de advogados à disposição desses imigrantes, de forma a incentivar a sua repatriação. Além disso, o vice-presidente Jon Biden realizou uma reunião em 1o de julho de 2014 com o presidente salvadorenho Salvador Sánchez Cerén, o presidente guatemalteco Otto Pérez Molina e com o ministro de relações exteriores hondurenho Mireya Aguero, para discutir o assunto e buscar formas de solução conjunta.
Não obstante a iniciativa norte-americana, o Governo de Honduras aprovou um Decreto Executivo para criação de um Instituto Nacional de Migração, como um ente descentralizado da Secretaria de Direitos Humanos, Justiça, Interior e Descentralização. O Instituto terá autonomia administrativa, funcional e orçamentária, com função de coordenação de ação com a Direção Nacional de Investigação e Inteligência, objetivando combater a problemática migratória e o tráfico de pessoas, entre outros crimes conexos.
Apesar do diálogo sobre a questão ter avançado, vários grupos de jovens detidos nos EUA permanecem em celas que não oferecem nenhum conforto ou condições de permanência. Como resultado, grupos de Direitos Humanos e de proteção de vulneráveis têm acusado o Governo de não oferecer condições adequadas de moradia nos abrigos, fato que lhe tem pressionado a cogitar a deportação de grande parte das crianças e adolescentes migrantes.
Fonte: CEIRI