Palestina: OMS pede fundos para evitar ‘colapso’ de serviços de saúde

sábado, julho 12, 2014

Até junho, 27% dos itens médicos essenciais estavam esgotados na Cisjordânia e 28% na Faixa de Gaza. Em ambas as áreas, metade dos artigos médicos de consumo estava esgotada.

Uma menina palestina chora depois que sua casa foi destruída pelo governo de Israel em um ataque aéreo em Khan Yunis, Gaza, no dia 8 de julho. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

Uma menina palestina chora depois que sua casa foi destruída pelo governo de Israel em um ataque aéreo em Khan Yunis, Gaza, no dia 8 de julho. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

A recente escalada de violência na Faixa de Gaza levantou preocupações sobre a capacidade do governo e do Ministério da Saúde do território palestino ocupado para lidar com o aumento da carga de emergências médicas no sistema de saúde.

O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que lembrou sobre os elevados níveis de escassez de medicamentos, materiais descartáveis médicos e suprimentos hospitalares, bem como o aumento da dívida da área de saúde.

A OMS e o Ministério da Saúde palestino estão convidando os doadores locais e internacionais a apoiar o Ministério para enfrentar a atual difícil situação no território palestino ocupado, especialmente na Faixa de Gaza, que segundo a agência da ONU está afetando a saúde e bem-estar dos palestinos.

Além das centenas de mortes e ferimentos, um hospital, três clínicas e um centro de dessalinização da água em um campo de refugiados também foram danificados. A OMS teme que mais ataques possam acontecer, piorando ainda mais a situação.

O Ministério da Saúde palestino informou que não poderá manter estoques de medicamentos adequados devido a dívidas crônicas, que agora totalizam mais de 253 milhões de dólares. Desta dívida, 105 milhões são dívidas junto a fornecedores farmacêuticos e 148 milhões para centros médicos privados palestinos de referência.

Médicos palestinos no Hospital Al-Shifa confortam um menino ferido em um ataque aéreo do governo de Israel em Gaza no dia 9 de julho. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

Médicos palestinos no Hospital Al-Shifa confortam um menino ferido em um ataque aéreo do governo de Israel em Gaza no dia 9 de julho. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

Os hospitais de Jerusalém Oriental estão sofrendo com dívidas de 57 milhões de dólares por serviços não pagos, especialmente o hospital Augusta Victoria, que recebe 70% dos encaminhamentos de câncer a partir da Faixa de Gaza e 40% dos casos da Cisjordânia para a quimioterapia e radioterapia.

Até o final de junho, as farmácias centrais do Ministério relataram que 27% dos itens essenciais estavam esgotados na Cisjordânia e 28% na Faixa de Gaza. Em ambas as áreas, metade dos artigos médicos de consumo estava esgotada.

Situação na Faixa de Gaza é mais preocupante

A situação na Faixa de Gaza é mais crítica, devido a fatores adicionais que estão agravando a situação. O Ministério da Saúde tem apenas 10 dias de reservas de energia para os hospitais, necessárias devido às frequentes interrupções da energia elétrica nas linhas principais. Além disso, metade dos trabalhadores de saúde do governo não receberam seus salários nos últimos meses, e alguns já não podem se dar ao luxo de ir trabalhar sem recursos.

Os hospitais governamentais interromperam todas as cirurgias não urgentes na semana passada, como forma de economizar recursos para as operações mais urgentes. “Nós estamos trabalhando em uma situação terrível. Eu não tinha os materiais necessários para costurar meus pacientes de trauma hoje e tive que improvisar”, disse um médico que estava de plantão no hospital Shifa.

“Nós enfrentamos uma situação semelhante em 2008-2009 e em 2012 na Faixa de Gaza, quando os estoques estavam baixos e medicamentos foram urgentemente necessários. Hoje, a Cisjordânia também é afetada por deficiências no orçamento e suprimentos médicos. A resposta e preparação do setor da saúde está em um nível muito baixo e estamos preocupados com um possível colapso dos serviços de saúde”, alertou o diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, Ala Alwan.

Um menino palestino procura por pertences depois que sua casa foi destruída pelo governo de Israel em um ataque aéreo em Khan Yunis, Gaza. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

Um menino palestino procura por pertences depois que sua casa foi destruída pelo governo de Israel em um ataque aéreo em Khan Yunis, Gaza. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

“Estamos fazendo um apelo urgente por 40 milhões de dólares para apoiar o Ministério da Saúde na prestação de suprimentos essenciais para os cuidados de saúde para seis meses, o que irá garantir a preparação básica, e outros 20 milhões para dívidas com os hospitais de referência de Jerusalém Oriental”, acrescentou Alwan.

O apelo está sendo coordenado com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). A agência da ONU expressou preocupação semelhante sobre a situação dos medicamentos e dos hospitais em Jerusalém Oriental.

A OMS continua trabalhando com o Ministério da Saúde para coordenar a ajuda humanitária por parte dos doadores, incluindo a facilitação da entrada de medicamentos para a Faixa de Gaza.

Fonte: ONU


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