Outras nove crianças palestinas morreram desde a ruptura do cessar-fogo na última terça-feira (19), elevando o total de meninos e meninas mortas desde o início do conflito para 469, informou a chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Gaza, Pernilla Ironside. Não há uma única família em Gaza que não tenha experimentado a morte, ferimentos, perda de sua casa, danos extensos ou deslocamento”, disse ela.
“O impacto tem sido grande fisicamente, em termos de mortes, ferimentos e infraestrutura danificada, mas, igualmente importante, no plano psicológico e emocional de desestabilização, de não conhecer ou não sentir-se totalmente seguro em nenhum lugar em Gaza”, adicionou.
Aproximadamente 280 mil pessoas procuraram abrigo nas 83 instalações da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em busca de segurança. No entanto, o escritório do UNICEF em Gaza afirmou que nem mesmo as instalações da ONU podem oferecer segurança. Desde o começo do conflito 219 escolas foram danificadas por ataques aéreos e bombardeios e 22 completamente destruídas.
Para dar uma magnitude dos danos causados, a chefe do UNICEF em Gaza disse que poderia demorar 18 anos para reconstruir as 17 mil unidades habitacionais danificadas durante o conflito atual.
O UNICEF conta com 50 psicólogos e conselheiros em Gaza para atender às crianças diretamente afetadas por essas perdas. Até o momento, 3 mil foram atendidas, mas Ironside observou que outras 373 mil precisam de “primeiros socorros psicossociais imediatos”.
Outra prioridade para o UNICEF em Gaza é incentivar a volta às aulas, seguindo o calendário para o reinício das atividades escolares previsto para 24 de agosto. No entanto, os desafios são inúmeros para alcançar esse objetivo – desde lidar com a escassez de escolas como resultado dos danos causados ou porque elas estão sendo usadas como abrigos, quanto capacitar os professores afetados como habilidades para lidar com as perdas e fornecer um ambiente acolhedor para as crianças traumatizadas.
Fonte: ONU