No Dia Mundial da Ação Humanitária, ONU honra sacrifício de trabalhadores humanitários

terça-feira, agosto 19, 2014

Segundo a ONU, o ano de 2013 foi marcado por números recordes de violência contra os trabalhadores humanitários e a primeira metade de 2014 continua evidenciando esta tendência.

Ex-representante especial do secretário-geral para o Iraque e ex-alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, o brasileiro Sergio Vieira de Mello. Foto: ONU/Mark Garten

Ex-representante especial do secretário-geral para o Iraque e ex-alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, o brasileiro Sergio Vieira de Mello. Foto: ONU/Mark Garten

“Neste dia, honramos os trabalhadores humanitários heroicos que se apressam bravamente para ajudar as pessoas necessitadas. Nós lembramos o seu sacrifício e reconhecemos que milhões de pessoas em todo o mundo contam com os trabalhadores humanitários para a sua própria sobrevivência”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem especial para o Dia Mundial da Ação Humanitária, nesta terça-feira (19).

“No Dia Mundial da Ajuda Humanitária, renovamos nosso compromisso com os esforços para ajudar a salvar vidas e lembramos de todos aqueles que morreram servindo esta causa nobre”, disse Ban.

O Dia coincide com a data do atentado no Hotel Canal em Bagdá, no Iraque, que tirou a vida de 22 funcionários das Nações Unidas em 2003 – incluindo o então representante especial do secretário-geral da ONU para o país e ex-alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, o brasileiro Sergio Vieira de Mello.

Segundo a ONU, o ano de 2013 for marcado por números recordes de violência contra os trabalhadores humanitários e a primeira metade de 2014 continua evidenciando esta tendência.

Em 2013, 155 trabalhadores humanitários foram mortos, 171 ficaram gravemente feridos e 134 foram sequestrados. O Afeganistão foi o país com o maior número de ataques. Já neste ano, 79 trabalhadores humanitários foram mortos. Os meses de junho e agosto viram o aumento do nível de ataques e incidentes envolvendo trabalhadores em Gaza, no Sudão do Sul e no Mali.

Na ocasião da data, a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, também homenageou os trabalhadores humanitários e destacou as situações difíceis que muitos enfrentam para cumprir seu dever. “Um trabalhador humanitário morto no cumprimento do seu dever já é demais”, acrescentou.

“A perda destes heróis é uma perda para toda a comunidade humanitária, e para o mundo”, disse também o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake. “Nós honramos a dedicação de todas as mulheres e homens corajosos que continuam a fazer o seu trabalho todos os dias, apesar dos riscos, a serviço da nossa causa comum”, acrescentou.

Já o presidente da Assembleia Geral da ONU, John Ashe, disse que o dia não é apenas uma oportunidade para a comunidade internacional celebrar o espírito do trabalho humanitário, mas também para destacar a necessidade de se fazer mais, principalmente com o crescimento das crises humanitárias ameaçando milhões das comunidades vulneráveis em todo o mundo.

O vice-secretário-geral das Nações Unidas, Jan Eliasson participou de uma reunião no Conselho de Segurança da ONU: “Temos de proteger os trabalhadores humanitários”. Eliasson disse que a ocasião é “dedicada à memória de todos os funcionários e parceiros que fizeram o sacrifício final em seu dever para o imperativo humanitário”.

“Temos desde então [de 2003] visto tragédias chocantes e atos terroristas contra o pessoal da ONU e instalações em lugares como Argélia, Nigéria, Somália e Afeganistão. Estes incidentes terríveis permanecem vivos em nossas mentes”, acrescentou ele durante o encontro, que também incluiu declarações de representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e da ‘The Liaison’, uma organização não governamental afegã.

Os trabalhadores humanitários da ONU, da CICV, de organizações internacionais e de outras ONGs dedicam suas vidas a ajudar milhões de mulheres, crianças e homens afetados por conflitos e desastres naturais em todo o mundo. Trabalhando em alguns dos lugares mais perigosos, eles correm grandes riscos para ajudar as pessoas em grande necessidade.

No Brasil, as Nações Unidas, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e o Ministério das Relações Exteriores lançaram um selo postal em homenagem a Sergio Vieira de Mello. A ONU também divulgou um balanço da situação humanitária no mundo, entre outros anúncios (em breve no site da ONU Brasil).

Fonte: ONU 

 

 


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