Propagação rápida da doença está a fazer aumentar o número de acusações por bruxaria contra crianças e pessoas mais vulneráveis, alertam os missionários salesianos que trabalham no Togo
As acusações por bruxaria, sobretudo contra crianças, estão a aumentar «exponencialmente» no continente africano em geral, e no Togo em particular, onde só em 2013, na região de Kara, foram registados 773 casos. A denúncia partiu dos missionários salesianos, que atribuem este facto ao agravamento da pobreza e à consequente propagação de doenças, entre elas o Ébola.
«A parte mais débil da família, uma viúva, uma idosa ou uma criança, é mais fácil de acusar. Está a passar-se com o Ébola o que já se passou com a Sida, pois em muitas zonas não acreditam que se trata de uma doença, pela forma rápida e escandalosa com que mata», explicou o missionário José Luis de la Fuente.
Segundo o sacerdote, 40 por cento das crianças recolhidas na rua, na região de Kara, foram acusadas de bruxaria. Apesar da legislação sobre a proteção à infância, as leis são pouco claras. Por outro lado, a justiça tradicional é aplicada normalmente pelo chefe da aldeia e, por vezes, os menores que ficaram órfãos, que são mais inteligentes, têm alguma deficiência ou aqueles que vivem em zonas onde ocorreram contágios ou mortes, são acusados de feitiçaria.
Fonte: Fátima Missionária