O alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, condenou o ataque nesta terça-feira (16) a uma escola na cidade de Peshawar, no Paquistão, classificando o episódio como uma ação violenta disprezível contra crianças indefesas. O atentado causou a morte de mais de 140 pessoas, a grande maioria de meninos e meninas.
Segundo relatos da mídia, um grupo de seis insurgentes, vestidos com uniformes do exército, entrou na escola e atirou nas crianças depois de entrar em confronto com as forças de segurança paquistanesas. O Talibã reivindicou a autoria do ataque como represália às recentes operações do Exército paquistanês na região do Waziristão.
Zeid ressaltou que não se pode justificar o apoio contínuo de nenhum indivíduo ou instituição a grupos armados que buscam atingir os níveis mais altos de barbaridade humana – como o Talibã, Al-Qaeda ou o Estado Islâmico. Por isso, a comunidade internacional deve se unir para combater o extremismo e a violência não apenas no Paquistão, mas em qualquer lugar onde os direitos das crianças e os direitos humanos encontrem ameaças.
A agência de direitos humanos da ONU (ACNUDH) vem recebendo cada vez mais relatos de destruição e de fechamento de escolas no Paquistão, no Afeganistão e na Nigéria. Além disso, os alunos – especialmente as meninas – são vítimas de sequestros, tiroteios, ataques com ácido e envenenamento por grupos com ideologias sem qualquer semelhança com normas culturais ou religiosas.
A diretora-geral do Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, afirmou que o ataque é um crime contra o aprendizado e a inocência. “O terror não vai silenciar as milhões de vozes no mundo que demandam que a educação seja um direito e que as escolas sejam seguras. Não vamos deixar que o medo ou o terror sejam superiores”, disse.
Enquanto isso, o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake, afirmou que o episódio “terrível e insensível” deve convocar a todos para apoiar os pais e as mães do Paquistão que desejam a melhor educação possível para suas crianças, além de todos aqueles que estão trabalhando para fornecê-la.
Fonte: ONU