Centenas de mortos e 300.000 refugiados: Iraque vive pior crise desde saída dos Estados Unidos do país

sexta-feira, junho 13, 2014

APTOPIX Mideast IraqMilitantes islâmicos tomando territórios, deserção em massa de soldados, centenas de mortos e milhares de refugiados: o Iraque está à beira do colapso. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ainda avalia a possibilidade de bombardeamentos aéreos antes da insurgência chegar à capital, Bagdá, mas o ritmo dos militantes é mais rápido e eles estão tomando cada vez mais cidades no norte do país.

O porta-voz da área de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, disse nesta sexta-feira que o número de pessoas mortas depois que militantes sunitas islamitas invadiram a cidade de Mosul no começo da semana pode chegar a centenas.
Ele afirmou que seu gabinete tinha informações de que as matanças incluem a execução de 17 civis que trabalhavam para a polícia e um empregado do Judiciário no centro de Mosul. Quatro mulheres se mataram depois de terem sido estupradas, 16 georgianos foram sequestrados e, além disso, prisioneiros libertados por militantes estavam procurando vingar-se dos responsáveis por sua prisão, disse ele.

Já a agência de refugiados da ONU disse que 300.000 pessoas fugiram das cidades de Erbil e Duhok nesta semana fugindo dos militantes islâmicos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) que estão tomando o controle de várias áres no norte do Iraque. Na quinta, eles prometeram se deslocar até Bagdá para “acertar velhas dívidas”, e se uniram com partidários do ex-presidente morto Saddam Hussein e sunitas descontentes com o atual governo, aproveitando a paralisia política do governo a respeito da maior ameaça à estabilidade do Iraque desde a saída das tropas americanas. Enquanto se apoderavam de mais duas cidades na província de Diyala, os militantes disseram que vão impor a lei de sharia em Mosul e outras áreas que eles capturaram.

Militantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) invadiram a cidade de Mosul, no norte do Iraque, no começo da semana e depois se dirigiram ao sul, rumo a Bagdá, em uma investida violenta contra o governo xiita.

Os curdos, que administram sua região autônoma no norte, se aproveitaram do caos e expandiram seu território, assumindo o controle da cidade de Kirkuk, rica em petróleo, e outras áreas fora dos limites de seu enclave. O Exército iraquiano disparou fogo de artilharia contra Saadiya e Jalawla, a partir da localidade vizinha de Muqdadiya, o que levou dezenas de famílias a fugirem para a cidade vizinha de Khaniqin perto da fronteira iraniana.

A tática usada pelos militantes curdos é aterrorizar os soldados e policiais do Iraque com vídeos que circulam pela internet de autoridades sunitas sendo assassinadas brutalmente em seus próprios lares. A intimidação é uma das causas do colapso das forças de segurança do Iraque: 52.000 policiais e 12.000 soldados de Mosul desertaram na última semana, trocando suas armas e uniformes por uma saída segura do país.

Depois que os EUA gastaram bilhões de dólares na presença militar no Iraque entre 2003 e 2011, o Exército de um milhão de membros e a polícia continuam desmoralizadas por conflitos sectários, corrupçãoe e falta de profissionalismo. Muitos sunitas nas forças armadas não querem morrer pelo primeiro-ministro Nouri al-Malilki, um xiita acusado de discriminação contra os sunitas.

A minoria sunita que esteve no poder durante a ditadura de Saddam Hussein detesta assistir à ascendência política da maioria xiita desde 2003, quando os EUA invadiram o país. Os dois grupos quase entraram em uma guerra civil entre 2006 e 2008, com dezenas de milhares de mortos em massacres e bombardeios diários.

Fonte: Brasil Post

 


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