São 52,1 milhões de mulheres, crianças, idosos e homens que foram obrigados pelas guerras a abandonarem suas casas, seus empregos, seus familiares e seus países. Segundo a Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas – UNHCR (sigla em inglès) este é um número recorde, só alcançando antes no período da segunda guerra mundial.
O Afeganistão é o país mais afetado, com 2,5 milhões de refugiados. Desde 2001, quando o país foi bombardeado e invadido pelo exército dos Estados Unidos, os afegãos vivem quase uma década e meia em guerra. O Afeganistão tem sido o laboratório para o teste de todo o tipo de armamento pelos EUA, inclusive os aviões não tripulados, chamados Drones, que bombardeiam na fronteira com o Paquistão, atingindo milhares de civis. O pretexto de todos esses assassinatos era o de capturar Osama Bin Laden, que foi morto pelos EUA em 2011. Mesmo assim, a guerra e as mortes continuam.
Outro país com números alarmantes de refugiados de guerra é a Síria onde 2,4 milhões de pessoas estão expulsas de suas casas. No caso Sírio também os EUA e outras potências imperialistas têm responsabilidade na guerra fratricida que o país vive, pois armaram e financiaram uma oposição de terroristas islâmicos, alguns vinculados à Al Qaeda. Hoje, as armas doadas pelos EUA aos “rebeldes” sírios estão sendo usadas pelos fundamentalistas radicais do ISIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante) para tomar o controle de várias cidades e de uma refinaria no norte do Iraque.
Os números fornecidos pela ONU comprovam que o mundo vive uma situação de guerra das mais agudas em sua história. São guerras de rapina, de saque aos povos. Guerras promovidas pelas potências imperialistas para roubar os recursos naturais e implantar governos ditatoriais, completamente submetidos aos interesses estrangeiros. É preciso fortalecer a solidariedade a todos os povos do mundo em guerra ou ameaçados de guerra pelo imperialismo. Ao mesmo tempo, é preciso fortalecer a denúncia contra as guerras imperialistas e os governos que as promovem.
Jorge Batista, São Paulo
Fonte: A Verdade