É o maior deslocamento de refugiados sírios de volta ao país desde 2011. Retorno foi motivado por combates entre exército e jihadistas no Líbano.
Pelo menos 1.700 sírios refugiados na cidade libanesa de Aarsal, palco de violentos combates entre o exército e os jihadistas, retornaram nesta quinta-feira (7) a seu país, informou à AFP uma religiosa envolvida nesta operação.
Um funcionário dos serviços de segurança libaneses indicou por sua vez que mais de 1.500 refugiados sírios que estavam Aarsal, na fronteira com a Síria, partiram em direção ao posto de fronteira de Masnaa para voltar para casa.
Trata-se do maior deslocamento de refugiados sírios de volta a seu país de origem desde o início da crise, em março de 2011.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) indicou à AFP estar presente na fronteira para ajudar esses refugiados que “optaram por partir voluntariamente.”
Na aldeia de Labwe, na fronteira com Aarsal, um correspondente da AFP viu homens, mulheres e crianças com seus colchões e seus pertences a bordo de trinta caminhões e quinze ônibus se dirigindo para a fronteira.
Cerca de 47.000 sírios se refugiaram por meses na cidade sunita de Aarsal, depois de fugir dos combates entre o regime sírio e os rebeldes na região síria de Qalamoun, do outro lado da fronteira.
No último sábado, confrontos mortais entre o exército libanês e grupos jihadistas da Síria foram registrados na região.
Pelo menos “1.700 homens, mulheres e crianças deixaram a região de Aarsal para a Síria”, afirmou à AFP a irmã Agnes, uma freira síria.
“Eles são quase todos originários de Qalamoun, principalmente de Qara”, informou a freira.
Agnès, envolvido no passado em mediações entre o regime e os rebeldes, disse que ‘as autoridades libanesas têm facilitado as formalidades de saída para os refugiados’ que entraram no país ilegalmente.
Da mesma forma, o regime de Damasco ‘não impôs nenhum obstáculo ao retorno’ dos sírios.
Segundo ela, pelo menos 3.000 outros refugiados em Aarsal pediram para voltar para a Síria.
De acordo com a irmã Agnes, milhares de pessoas já haviam procurado ajuda há um mês para retornar para casa, mas “os procedimentos foram complicados, devido à presença de jovens que não fizeram seu serviço militar.”
Mas os combates em Aarsal “precipitaram as coisas”, permitindo a regularização dos documentos.
Pelo menos 17 soldados e dezenas de jihadistas e civis morreram nos combates em Aarsal.
Fonte: G1