Os bens de primeira necessidade chegarão por terra, mar e ar, da Turquia e Jordânia
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira o lançamento de uma grande operação de ajuda para fazer com que suprimentos cheguem a mais de meio milhão de pessoas deslocadas pelo avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), grupo sunita, no norte do Iraque.
O envio inicial de ajuda incluirá 3.300 tendas de campanha e 20.000 coberturas de plástico para abrigo dos refugiados, 18.500 equipamentos de cozinha e 16.500 galões, segundo especificou o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards. A entrega conta com o apoio da Arábia Saudita, Reino Unido, Estados Unidos e outros doadores.
A remessa por via aérea, que será realizada durante quatro dias, começará na quarta-feira, partindo de Aqaba, na Jordânia, com destino a Erbil, no Curdistão iraquiano, e será seguida de comboios por estradas, saindo da Turquia e Jordânia, e entregas por mar a partir de Dubai, através do Irã, nos próximos dez dias, explicou Edwards.
“Esta é uma ofensiva de ajuda muito significativa e certamente uma das maiores de que consigo me lembro em muito tempo”, ressaltou Edwards, durante uma coletiva de imprensa em Genebra. “Esta é uma grande crise e um desastre humanitário. Continua afetando muitas pessoas”, acrescentou.
O ACNUR estima que um total de 1,2 milhão de pessoas abandonaram suas casas no Iraque este ano. Desde agosto, cerca de 200.000 delas se estabeleceram na região do Curdistão iraquiano, quando a cidade de Sinjar e áreas vizinhas foram tomadas pelo Estado islâmico, segundo a agência da ONU.
Pelo menos 11.000 pessoas da minoria yazidi se refugiaram na vizinha Síria, afetada pela guerra civil, e outras 300 estão cruzando a fronteira de Peshkabour a cada dia, disse o porta-voz. “O fato de que se vejam pessoas fugindo para a Síria em busca de segurança mostra o quanto a situação é desesperadora, particularmente em Sinjar nos últimos dias”, enfatizou Edwards.
Como informa o ACNUR, as carências não se limitam à região do Curdistão. Há outros acampamentos nas províncias de Sulaymaniyah, Diyala e Kirkuk, onde também chegaram pessoas deslocadas pelo conflito. O governo iraquiano também pôs em andamento outros três centros de acolhimento em Bagdá.
Fonte: El País