O governo interino da oposição síria anunciou nesta quarta-feira a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias da morte de quinze crianças vacinadas contra o sarampo em Idleb, uma província no norte da Síria.
O ministério da Saúde da oposição recomendou na terça-feira interromper a segunda etapa de vacinação contra o sarampo, que começou na segunda-feira, após a morte dessas crianças, enquanto mil e quinhentos outras sofrem de diferentes sintomas.
Os rebeldes controlam a maior parte da província de Idleb, na fronteira com a Turquia.
Um grupo de monitoramento foi criado pelos ministérios da Saúde e da Justiça para estabelecer “as circunstâncias em que ocorreu esta tragédia humana”.
Em um comunicado, o ministério da Justiça também ordenou a criação de uma comissão independente de inquérito com plenos poderes “para estabelecer as circunstâncias do incidente, identificar as causas reais que levaram a ele e as medidas legais necessárias”.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), citando fontes médicas, o incidente teria sido causado pelo armazenamento inadequado das vacinas.
De acordo com o ministério da Saúde do governo interino, “os sintomas foram constatados nas crianças meia hora após a injeção. Elas sofreram de diarreia, reações alérgicas e problemas respiratórios”.
“As vacinas são aquelas usadas em todo o mundo. Distribuídas em sessenta centros médicos, elas são do mesmo laboratório e a data de validade é janeiro de 2016″.
O conflito na Síria, que começou há mais de três anos, tem causado grandes movimentos de população, com milhões de crianças deslocadas, seja dentro do país ou em países vizinhos.
Consequentemente, todas as campanhas de vacinação tradicionais foram perturbadas ou interrompidas, e as crianças estão em alto risco para a poliomielite e o sarampo, de acordo com a Unicef.
A ONU declarou no início deste ano que 1,6 milhão de crianças deveriam ser vacinadas na Síria contra poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola.
Fonte: SWI