De 07 a 31 de outubro, a capital mineira receberá uma exposição que marca uma homenagem especial às crianças vítimas do Holocausto e da violência em todo o mundo. A mostra “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto”, promovida pela Wizo Minas Gerais e com curadoria do Museu do Holocausto de Curitiba, será aberta ao público, com visitação gratuita, e exibida na Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães da Bibilioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Em exibição na quarta capital brasileira (Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo já receberam a mostra), a exposição “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto” foi criada com um acervo especial do Museu do Holocausto, sediado em Curitiba, que recebeu contribuições de sobreviventes e instituições ligadas à memória do Holocausto. O museu é o único espaço no Brasil que expõe, registra, documenta e educa sobre o genocídio aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, além de resgatar a memória histórica do fato e suas lições.
Durante a visitação, as pessoas vão se deparar com histórias de resistência e sobrevivência, além de informações históricas distribuídas em 26 painéis sobre as 1,5 milhão de crianças assassinadas durante o Holocausto. Os visitantes terão acesso a depoimentos em vídeo e a um acervo especial de peças que retratam a memórias das vítimas, como documentos de nacionalidade, cartões postais de campos de concentração, cartas de familiares e objetos pessoais: lenço de tecido, livro judaico de rezas, cadernetas de anotações, além de livro de registro de refugiados, bilhete de passagem e manuscritos.
Na visitação, os participantes também passarão por um observatório, por onde é possível enxergar várias luzes em pequenos espelhos que as refletem, simbolizando as vidas que se foram pelo Holocausto. Dentro da “caixa escura”, vozes de 11 adolescentes curitibanos, muitos descendentes de sobreviventes, destacarão nomes de crianças judias assassinadas, suas idades e locais de origem. Esse espaço foi inspirado no Memorial das Crianças do Yad Vashem, em Jerusalém.
A exposição termina com um painel colorido que registra os direitos internacionais das crianças pela UNICEF, intercalados por gavetas que o público poderá abrir e se surpreender com reproduções de brinquedos e objetos relacionados à infância. Outras gavetas permanecerão fechadas, simbolizando as infâncias roubadas no Holocausto.
O presidente da Associação Casa da Cultura Beit Yaacov, idealizador da exposição e do primeiro Museu do Holocausto no país, Miguel Krigsner, comenta que a violência é, mundialmente, uma experiência devastadora para as crianças. “A violência contra as crianças ao redor do mundo não pode mais ser admitida e a proposta deste trabalho é, realmente, promover a reflexão do que pode ser feito para evitar que genocídios como o Holocausto voltem a acontecer. Destacando as crianças, discutimos qual sociedade estamos dispostos a proporcioná-los”.
O Tema
Ainda hoje, em todo o mundo, milhões de crianças são expostas à violência, inclusive, dentro de suas casas. A exposição “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto” traz à tona a discussão sobre as formas de violência e suas influências, reforçadas pelo preconceito e aspiração de superioridade dos seus agressores. “Queremos demonstrar que a violência não pode ser aceita como inevitável ou normal, e que todas as formas de agressão provocam lesões duradouras na vida dessas crianças”, afirma Maria Auxiliadora Buelli, presidente da WIZO em Minas Gerais. “Cuidar das crianças é responsabilidade de todos”, completa.
Realização, Promoção e Apoio
A exposição é uma realização do Museu do Holocausto de Curitiba e da Associação Casa de Cultura Beit Yaacov. A promoção é da Wizo Minas Gerais, com o suporte da Bibilioteca Pública Estadual Luiz de Bessa e da Federação Israelita do Estado de Minas (Fisemg). A mostra tem apoio do Governo Federal por meio da Secretaria de Direitos Humanos, do Consulado Honorário de Israel em Belo Horizonte e da Confederação Israelita do Brasil (Conib).
A ação é presidida por Miguel Krigsner, com concepção curatorial e coordenação-geral de Carlos Reiss, coordenação museológica de Fernanda Nunes de Souza, concepção museográfica e de comunicação de Álvaro Gusso e instalações e execução da Mão Colorida Comunicação Visual.
A trilha sonora é de Hélio Ziskind, a direção de vozes de Gerson Fisbein e as vozes são dos adolescentes Gabriella Giandotti Gomar, Henrique Weishof, Ilana Feldman, Ilana Ida Grynbaum Ingberman, João Pedro Miskulin, Julia Troib, Laura Kaminski Paciornik, Lila Fisbein, Luisa Zindeluk Rotenberg, Rafaella Pereira Ferraro e Tomer Weishof.
Sobre a WIZO
A WIZO nasceu em 1920, da solidariedade de mulheres judias inglesas para com as pessoas que viviam em precárias condições de vida no então Estado de Israel. As fundadoras da WIZO perceberam que a educação deveria ser a chave para a minimização da desigualdade e avaliaram que a mulher, pela sua posição na estrutura familiar, poderia ser o elemento multiplicador de novos conhecimentos, hábitos e atitudes.
A WIZO tem como base de atuação o trabalho com a parcela menos favorecida da sociedade, buscando integrá-la à comunidade maior, através de trabalhos sociais, educacionais e na área da saúde, além de promover a integração da família, programas de profissionalização e defesa dos direitos da mulher. No Brasil, a WIZO, através de seus 11 centros espalhados pelo país, apóia obras assistenciais locais, realizando um importante trabalho de intercâmbio entre Brasil e Israel.
SOBRE O EVENTO
Local: Bibilioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Endereço: Praça da Liberdade, 21 – Funcionários. Belo Horizonte – MG
Observações: Informações: (31) 3269-1166
Valor: Entrada Gratuita
Horário: Segunda a sexta-feira, de 08h às 20h Sábados, de 08h às 16h Domingos, de 12h às 16h
Site: http://www.pbh.gov.br/cultura
Data final: 31/10/2014
Visitantes terão acesso a depoimentos em vídeo e acervo especial de peças que retrata memórias de crianças assassinadas durante genocídio aos judeus na Segunda Guerra.
Fonte: BH Eventos