O porta-voz do Ministério egípcio de Relações Exteriores, Badr Abdel Ati, disse que essas pessoas terão vistos de residência de três meses para que possam regularizar sua situação no Egito.
E explicou que já havia uma ordem da promotoria para sua libertação, mas que não pôde ser aplicada porque os refugiados não tinham residência e documentos, pois tinham entrado no país com visto de turista.
Abdel Ati esclareceu que a prioridade para receber o novo visto foi para crianças, mulheres, idosos e homens doentes.
Até ontem, 206 sírios e palestinos estavam detidos em delegacias das províncias de Alexandria, Port Said e Beheira, no norte do Egito.
O porta-voz afirmou que nenhum desses refugiados pediu uma permissão de residência permanente e que as autoridades egípcias estão estudando a documentação de outros 30 que permanecem presos para dar o visto de residência.
Ati negou que o tratamento aos sírios tenha mudado depois da derrubada militar do presidente Mohammed Mursi em julho “porque o Egito está com a revolução e com o povo sírio”, apesar de ter “imposto medidas de segurança temporárias que dificultam a obtenção de vistos”.
E fez uma chamada à comunidade internacional e as organizações humanitárias para que “a responsabilidade não recaia só sobre no governo egípcio sem a colaboração do exterior”.
“Todos os sírios no Egito desfrutam dos mesmos direitos que os egípcios em saúde e educação, apesar da difícil situação que está passando o país”, acrescentou.
Segundo números do governo, 325 mil sírios fugiram para o Egito desde que explodiu a crise na Síria em março de 2011 e, deles, 128 mil são registrados como refugiados.
Em outubro a Anistia Internacional acusou o Cairo de deter de forma ilegal e deportar para a Síria centenas de refugiados que tinham ido para o Egito, o que levou outros tantos a tentar chegar de maneira ilegal à Europa pelo Mar Mediterrâneo.