O movimento islamita palestino Hamas pediu nesta quinta-feira à Síria e à comunidade internacional que protejam os palestinos do campo de refugiados de Yarmouk, onde 50 pessoas morreram nos últimos meses como consequências da guerra civil no país árabe.
O porta-voz do grupo, Fawzi Barhum, exigiu em declarações à Agencia Efe a criação de “uma rota pela qual se possa fornecer comida e remédios imediatamente para a população”.
Nos últimos meses, 50 pessoas morreram pela escassez de alimentos e remédios neste campo de refugiados palestinos ao sul de Damasco, local onde estão ocorrendo choques entre as forças do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e rebeldes.
O campo está cercado há sete meses pelo exército sírio, que além disso impede a entrada de ajuda humanitária.
Barhum pediu a abertura imediata do local para “salvar as vidas dos mais de 50 mil civis, principalmente mulheres, crianças e doentes”, e para “acabar com a crise do campo de refugiados”, fundado em 1957.
Situado a oito quilômetros do centro de Damasco, Yarmouk é um dos três campos de refugiados palestinos não oficiais em território sírio -há outros nove oficiais-, e por sua proximidade com a capital na realidade se parece com um de seus bairros.
Em dezembro de 2012, 25 pessoas morreram no campo no bombardeio de uma mesquita por parte das forças do regime sírio, o que gerou protestos tanto do governo islamita do Hamas em Gaza como da Autoridade Nacional Palestina (ANP), com sede na cidade cisjordaniana de Ramala e vinculado ao movimento nacionalista palestino Fatah.
“O Hamas é responsável por protegê-los e acabar com o sitiamento imposto ao campo. Não só na Síria, mas em todos os países onde há refugiados palestinos”, disse Barhum sobre uma responsabilidade que até agora só se atribuía ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas.
A sede da liderança política do movimento islamita historicamente ficava em Damasco, cidade que abandonou há dois anos em consequência da guerra civil síria.
A situação dos refugiados palestinos na Síria gera também a indignação da população em Gaza e Cisjordânia, onde frequentemente ocorrem manifestações de apoio.
Hoje, o porta-voz do governo do Hamas, Isra Mdalal, liderou uma manifestação em frente ao escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no bairro de Rimal, em Gaza, para protestar pela situação e a inoperância das agências internacionais diante da situação.
Fonte: Exame