As Nações Unidas afirmaram que o cerco imposto a 18 mil pessoas no acampamento de Yarmouk, na Síria, poderá ser caracterizado como crime de guerra.
Em comunicado, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, condenou, com veemência, a obstrução de comboios que levavam ajuda para os civis que estão impedidos de sair do local.
Alimentos e Remédios
Para Pillay, impedir o acesso de civis que precisam desesperadamente de ajuda pode ser “crime de guerra”.
A alta comissária contou que nos últimos quatro meses, a ONU e outras organizações têm tentado levar alimentos e remédios a crianças, mulheres e idosos que estão praticamente passando fome no acampamento de Yarmouk.
Ela disse ainda que os civis, muitos deles crianças e mulheres, estão entre as forças do governo sírio e milícias afiliadas ao redor do acampamento, assim como de grupos armados contra o governo que operam dentro do local.
Mortes
Segundo Pillay, houve relatos de mortes por fome e também pelo consumo de comida estragada. Além disso, várias pessoas morreram por falta de remédios e de médicos para tratar de doentes, de feridos e de gestantes.
Ela alertou que a situação no acampamento de Yarmouk é desesperadora e como resultado, os civis estão morrendo.
A alta comissária disse que as forças do governo e das milícias afiliadas parecem estar impondo uma punição coletiva sobre os civis no campo de refugiados.
Segundo Pillay, mais de 160 mil palestinos viviam em Yarmouk, um subúrbio de Damasco, até dezembro de 2012, quando a maioria fugiu por causa dos confrontos entre as tropas do governo e da oposição.
*Apresentação: Edgard Júnior.
Fonte: Rádio ONU