Grupos ligados à Al Qaeda podem prejudicar a região

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Grupos ligados à Al Qaeda podem prejudicar a região

O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, advertiu sobre o perigo

“É impossível conter o conflito dentro das fronteiras da Síria. Nós já estamos a sofrer a expansão de grupos terroristas como ÍSIS (Estado Islâmico do Iraque e o Levante) e outros vinculados à Al Qaeda”, assegurou o ministro em conferência de imprensa num campo de refugiados sírio no sul da Turquia.

Zebari participou numa reunião com o seu homólogo turco, Ahmet Davutoglu, o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, e delegados do Líbano, Jordânia e Egipto, para tentar encontrar soluções do drama que vivem os refugiados sírios na região.

O ministro apontou que é preciso encontrar uma solução negociada na reunião Genebra II, que se realiza na próxima quarta-feira em Montreux (Suíça), já que uma solução militar é impossível.

“Não esperamos soluções mágicas em Genebra II porque não há, mas pedimos que seja aproveitada a oportunidade incondicional. Há uma diferença entre o que desejamos e o que somos capazes de conseguir”, ressaltou. O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, falou sobre o sectarismo e o extremismo que envenenam o conflito e lembrou que as soluções militares são testadas há três anos e não funcionaram: Bashar Al-Assad continua no poder e a oposição permanece e agora a lutar entre eles mesmos, enquanto alguns grupos extremistas parecem ganhar terreno.

“A ameaça da Al Qaeda é real: ÍSIS, Frente al Nusra… todos são terroristas e compartilham o mesmo ideal, são ‘takfiris’ que odeiam a vida”, disse Zebari.

O termo ‘takfiri’ descreve a ideologia islamita extremista que classifica de herege e permite assassinar qualquer muçulmano que não adere à interpretação estrita e muito minoritária defendida pelos seus seguidores.

Davutoglu reconheceu o carácter terrorista dos grupos vinculados à Al Qaeda e prometeu ajudar o Iraque na sua luta, mas rejeitou associar a oposição síria em conjunto ao terrorismo islamita. “Os radicais chegaram à região após dois anos, durante os quais Damasco apostou na opção militar; o sectarismo foi suscitado pelo próprio regime para sobreviver”, lembrou o ministro turco. O governo sírio está a proporcionar apoio logístico a elementos da Al Qaeda porque lhe convém, disse Davutoglu.

Fonte: Jornal de Angola


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