O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou o uso da força de tropas de países da União Europeia (UE) na República Centro-Africana. A UE vai enviar 600 soldados para ajudar as forças africanas e francesas que já estão no país.
A resolução desta terça-feira também diz que podem ser aplicadas sanções contra os que cometerem violações aos direitos no país.
Mais de 1.000 pessoas foram mortas e quase 1 milhão forçadas a deixar suas casas desde dezembro, quando houve a intensificação da violência que opõem cristãos e muçulmanos, milícias e civis.
A ONU acredita que pelo menos 10 mil mantenedores de paz serão necessários para encerrar o conflito na República Centro-Africana, declarou o embaixador da França na ONU, Gerard Araud.
A força da União Africana atualmente no país deve atingir 6 mil homens, mas Araud disse aos jornalistas que esse número “é considerado muito baixo porque, francamente, a situação é muito, muito complicada e o país é enorme. O secretariado (da ONU) está realmente pensando que pelos menos 10 mil soldados são necessários.”
Os rebeldes, em sua maioria muçulmanos e conhecidos como Seleka, vieram do extremo norte do país em março de 2013 e derrubaram o presidente cristão François Bozizé. Seus 10 meses de governo foram marcados por amplos abusos aos direitos humanos e pelo aprofundamento das divisões entre a minoria muçulmana e a maioria cristã do país.
Nesta terça-feira, milhares de moradores saíram às ruas da capital para celebrar quando mantenedores da paz escoltarem dezenas de rebeldes para fora das bases militares de Bangui, o que representa que eles estão perdendo o controle do país.
A saída do campo Kasai acontece um dia depois de outros integrantes do Seleka terem deixado outra base na periferia da cidade. No domingo, altos comandantes do grupo foram escoltados para o norte da capital, provavelmente se dirigindo para o vizinho Chade.
Embora a partida das forças Seleka tenha sido bem recebida por civis cristãos, a ONU advertiu que o êxodo deixa civis muçulmanos vulneráveis a ataques retaliatórios de milicianos cristãos, conhecidos como anti-Balaka.
Organizações humanitárias pediram às forças da União Africana e da França que enviem mais homens para regiões fora da capital, especialmente em áreas mais remotas, onde assassinatos podem não ser comunicados. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.
Fonte: Exame