Só 10% das pessoas que precisam de assistência médica para aliviar a dor, sintomas e estresse de doenças graves recebe o atendimento médico necessário, mostra relatório Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Aliança Mundial de Cuidados Paliativos lançado nesta terça-feira (28).
A agência da ONU pediu que os países façam dos cuidados paliativos um componente essencial de seus sistemas de saúde.
O “Atlas mundial de cuidados paliativos no fim da vida” é a primeira ferramenta existente para mapear a necessidade e a disponibilidade de cuidados paliativos no mundo.
“Os cuidados paliativos são mais do que apenas o alívio da dor. Eles abordam o sofrimento físico, psicossocial e emocional de pacientes com graves doenças avançadas e prestam assistência a um ente querido”, afirma a agência da ONU.
De acordo com a agência, cerca de um terço das pessoas que necessitam de cuidados paliativos sofre de câncer. Outras têm doenças progressivas que afetam coração, pulmão, fígado, rim, cérebro ou crônicas com potencial para matar, incluindo HIV e tuberculose resistente a medicamentos.
Estima-se que, a cada ano, mais de 20 milhões de pacientes necessitem de cuidados paliativos no fim da vida. Cerca de 6% deles são crianças.
O número de pessoas que necessitam deste tipo de cuidado subiria para ao menos 40 milhões se todas aquelas que poderiam ter sido beneficiadas com cuidados paliativos em um estágio inicial da sua doença fossem incluídas. Esse tipos de cuidado médico muitas vezes englobam apoio aos membros da família, o que dobraria as necessidades.
Em 2011, aproximadamente 3 milhões de pacientes receberam cuidados paliativos, a grande maioria no fim de suas vidas. Embora a maior parte dos cuidados paliativos seja fornecida em países de alta renda, quase 80% da necessidade global se concentra em países de renda baixa e média. Apenas 20 países em todo o mundo têm cuidados paliativos bem integrados aos seus sistemas de saúde.
Segundo a assessora senior da OMS, Maria Cecilia Sepulveda Bermedo, pacientes e familiares não têm conhecimento sobre esse tipo de atendimento. Além disso, não só os profissionais de saúde não sabem que podem integrar os cuidados paliativos em seu trabalho clínico, como também faltam medicamentos para o alívio da dor.
Fonte: ONU