O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o Conselho de Segurança saudaram a assinatura na quinta-feira (23) de um cessar-fogo para os conflitos no Sudão do Sul que já duram mais de um mês.
O acordo foi assinado por representantes do presidente Salva Kiir e do ex-vice-presidente Riek Machar após três semanas de negociações mediadas pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Ban pediu a todas as partes envolvidas no conflito que implementem o acordo imediatamente e parabenizou a IGAD pela mediação bem-sucedida. Ele também destacou a necessidade de continuar com um diálogo político nacional para que um acordo de paz abrangente seja alcançado, com a participação de representantes de toda a sociedade civil e política sul-sudanesa.
O objetivo do cessar-fogo é pôr fim à disputa política entre o presidente Kiir e seu ex-vice, Machar, afastado do cargo em julho de 2013 e, depois, acusado de uma tentativa de golpe. Em 15 de dezembro teve início um conflito em larga escala entre forças leais a ambos os lados, que já deixou 494 mil pessoas deslocados pelo país e 86.100 refugiadas em países vizinhos.
Ban e o Conselho de Segurança condenaram os ataques a civis e reiteraram a importância de que todas as partes cooperem plenamente com a Missão da ONU no país (UNMISS). O chefe da ONU agradeceu a reafirmação do governo do Sudão do Sul de seu pleno apoio à Missão e seu compromisso em honrar o Acordo sobre o Status da Força (conhecido pela sigla ‘SOFA’).
“A ONU está com o povo do Sudão do Sul e vai continuar a fazer tudo dentro de suas possibilidades para proteger os civis em risco e fornecer a ajuda humanitária necessária”, disse Ban.
Também na quinta-feira a UNMISS confirmou que suas forças de paz completaram a busca de armas em suas oito bases principais, onde cerca de 67.400 civis continuam refugiados, após a tentativa de membros do governo e militares de entrarem à força em uma base da Missão em Bor, no estado de Jonglei.
“A Missão também busca trabalhar com as autoridades nacionais para garantir que as áreas imediatamente ao redor das bases estejam livres de armas”, disse o porta-voz da ONU Farhan Haq a jornalistas em Nova York.
Fonte: ONU