Música mantém viva a esperança de refugiados em Angola

terça-feira, fevereiro 11, 2014

Foto: ACNUR/Tina Ghelli

Freeboy Gbaryeel (à esquerda) toca em Luanda, atraindo vizinhos amantes de música. Foto: ACNUR/Tina Ghelli

Freeboy Gbaryeel é um refugiado liberiano, de 38 anos, que vive em Luanda, capital de Angola, desde 2002. Ele se juntou a amigos e compatriotas e, na música, encontraram uma forma de manter a esperança num futuro melhor e buscar força para suportar o presente incerto.

“Quando escrevemos canções, tentamos incluir mensagens sobre o que acontece no nosso dia a dia”, explica o refugiado, que diz se sentir tão feliz quando toca que esquece dos problemas.

Apesar de a Libéria ter alcançado a paz há mais de uma década, Freeboy não vê o repatriamento como uma solução. Gbaryeel fugiu para a Costa do Marfim em 1990 para escapar da guerra civil e se mudou para Angola doze anos depois em busca de melhores oportunidades, mas como muitos outros refugiados urbanos, encontra dificuldades para sustentar a família.

Ele mantém a mulher angolana, que está grávida, e os três filhos com o dinheiro de bicos como eletricista e faz-tudo. Gbaryeel nunca pensou que a música poderia tirá-los dessa situação. Mas em 2009 resolveu investir nisso, incentivado por melodias de um violão acústico que ouvia ao retornar do trabalho para casa.

O refugiado então começou a procurar parceiros, tocar e escrever canções. O grupo cresceu e foi convidado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) a tocar num evento para marcar o Dia Mundial dos Refugiados, 20 de junho. A partir daí, por meio de doação privada, eles receberam instrumentos novos para que possam se apresentar em eventos que gerem renda.

O grupo está tocando agora todas as noites em uma lanchonete e Gbaryeel passará a dar aulas de violão.

O ACNUR apoia os mais de 43 mil refugiados que vivem em Angola, oferecendo assistência legal, garantindo acesso aos sistemas públicos de saúde e educação e organizando treinamento vocacional para torná-los autossuficientes. Também atua com o governo para prover assistência social aos mais vulneráveis.

Fonte: ONU


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