Combatentes anti-Balaka. Foto: IRIN/Till Muellenmeister
As autoridades da República Centro-Africana (RCA) serão pessoalmente responsabilizadas pelas sérias violações de direitos humanos cometidas no país, afirmou a chefe da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, ao pedir esforços para quebrar o ciclo de violência e vingança e para restaurar a segurança e o Estado de Direito.
“Eles têm a responsabilidade de se abster de cometer, ordenar, incitar ou instigar violações do direito internacional e de evitar que seus subordinados cometam tais violações”, afirmou Pillay nesta quarta-feira (19).
Estima-se que milhares de pessoas foram mortas na RCA e que 2,5 milhões, mais da metade da população, precisem de ajuda humanitária por causa do conflito, que começou quando rebeldes Séléka, de maioria muçulmana, lançaram ataques em dezembro de 2012. Desde então, a violência tem tomado uma conotação cada vez mais sectária.
“Apesar de alguns grupos de ex-Séléka em trajes civis continuarem atacando civis cristãos em Bangui, a maior parte das violações de direitos humanos em andamento estão sendo cometidas por indivíduos anti-Balaka [milícias cristãs], que parecem estar mais organizados a cada dia”, observou Pillay.
Os ataques de membros do grupo anti-Balaka à população muçulmana na capital são chamados de “operações de limpeza” e incluem assassinatos, estupros, saques e destruição de casas.
A situação em Bangui parece “um pouco mais calma”, relatou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), embora a situação fora da capital esteja “evoluindo perigosamente”, com mais mortes tendo sido relatadas na medida em que as forças ex-Séléka se reagrupam no norte, principalmente nas regiões de Vakaga, Batafango e Kaga Bandoro.
Fonte: ONU
