A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, condenou nesta quarta-feira (26) os ataques indiscriminados e desproporcionais das forças armadas do Iêmen que afetam os civis na região de Al Dhale, no sul do país, e reiterou seu pedido pelo acesso humanitário sem restrições à área.
“Estou chocada com uma série de ataques liderados por forças armadas do Iêmen em Al Dhale que mataram mais de 40 pessoas desde dezembro, incluindo pelo menos seis crianças”, disse Pillay.
Desde 16 de janeiro o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) documentou uma série de oito ataques durante os quais pelo menos quatro hospitais e clínicas, quatro escolas, uma faculdade e uma instituição para pessoas com deficiência foram bombardeados.
O último incidente foi relatado em 18 de fevereiro, quando as forças armadas do governo bombardearam Al Dhale, matando sete civis e ferindo outros oito, após um comboio do exército perto do escritório do governo local ter sido atacado.
“As reivindicações por parte das forças armadas do Iêmen de que eles foram atacados por grupos armados ou que suas bases foram atacadas jamais podem justificar o uso de ataques indiscriminados e desproporcionais”, disse Pillay, lembrando aos comandantes de sua responsabilidade de garantir que as suas tropas respeitem plenamente o direito internacional, em particular o direito à vida, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
“Peço às autoridades iemenitas para realizarem investigações credíveis e transparentes das supostas violações dos direitos humanos em Al Dhale e responsabilizarem seus autores. Estas investigações devem ser independentes, imparciais, eficazes, rápidas e transparentes”, disse Pillay.
A alta comissária também expressou preocupação com a situação das aproximadamente 50 mil pessoas em necessidade urgente de assistência humanitária em áreas de conflito e instou que o governo do Iêmen permita o acesso imediato e irrestrito a todas as agências da ONU e organizações relevantes para garantir a entrega de ajuda humanitária.
Fonte: ONU