Especialista do Alto Comissariado para Refugiados informou que civis centro-africanos estão enfrentando extrema violência nas regiões norte e oeste do país; muçulmanos fogem dos ataques do grupo rebelde anti-Balaka, de maioria cristã.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, alertou para a ocorrência de uma limpeza étnica nos confrontos na República Centro Africana.
O especialista em Proteção Civil do Acnur, Philippe Leclerc, afirmou que a violência vista atualmente no país é comparável à violência desencadeada contra os muçulmanos em Srebrenica, na Bósnia Herzegovina, em 1995.
Alvo
Falando esta sexta-feira, em Genebra, Leclerc disse que o principal alvo do que considera “limpeza étnico-religiosa” são os muçulmanos. Para ele, está claro que as pessoas estão cercadas tentando salvar suas vidas.
Os ataques contra os muçulmanos são realizados por integrantes do grupo rebelde anti-Balaka, de maioria cristã.
Leclerc disse que isso pode ser evitado através de mediação e da presença de forças internacionais. O especialista explicou que o fato não é o de as pessoas não estarem dispostas a fugir, mas sim, o de encontrar uma passagem segura.
Poder
Segundo ele, o Estado tenta voltar a exercer o poder mas com muita dificuldade já que o número de policiais é limitado, como também o de juízes.
Leclerc afirmou que a segurança no país é feita por forças internacionais francesas, com 1,6 mil soldados e pelas forças da União Africana, com 6 mil militares.
Para o Acnur, o número de tropas de manutenção da paz é insuficiente para fornecer proteção adequada à população.
Fonte: Rádio ONU