Depois de quase dois anos sitiada no centro histórico de Homs, na Síria, a família de Ahida não têm para onde ir. Ela, o marido e quatro dos seis filhos conseguiram deixar o local durante uma missão monitorada pela a ONU para a retirada de civis durante um cessar-fogo no mês passado. Agora, estão abrigados em Al Andalus, uma instalação para deslocados internos onde recebem ajuda do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e outras agências humanitárias da ONU.
“Quando deixamos o centro histórico, sabíamos que não teríamos lugar para ir, mas estávamos com tanta fome que tínhamos de sair”, lembra Ahida ao relatar que ela e os vizinhos cozinhavam sopa de grama para sobreviver. “Esperamos por assistência por muito tempo, corriam rumores de que seríamos resgatados e que o mundo não nos deixará simplesmente morrer de fome.”
Na mesma operação em que a família de Ahida deixou o centro histórico de Homs, 1366 pessoas foram retiradas do local, incluindo 332 crianças, sendo 36 bebês. Eles ficaram 600 dias isolados por causa da guerra, que impossibilitava a aproximação de trabalhadores humanitários. A maioria das pessoas que saíram da região está traumatizada, doente e desnutrida. Alguns foram hospitalizados e muitos outros precisam de acompanhamento psicológico de longo prazo.
Duas filhas de Ahida são casadas. A mais velha tem 20 anos e se mudou com o marido para algum lugar no subúrbio de Damasco, perdendo o contato com a família há dois anos. “Quando nossa casa foi bombardeada no ano passado, tudo foi queimado. Perdemos nossos telefones e não tinha nenhuma maneira de contatá-los”, conta, acrescentando que ora todas as noites pela segurança deles. A outra, tinha 15 anos quando se foi. A família permitiu o casamento na tentativa de garantir um lugar mais seguro para a menina viver. Também não se vêem há dois anos, mas Ahida sabe que a filha, aos 17, está grávida de cinco meses.
A estimativa é que cerca de 2,6 mil pessoas ainda estejam no centro histórico de Homs, contando agora com alguma ajuda humanitária fornecida pelas agências da ONU durante a missão de retirada dos demais.
Para apoiar essas famílias, assine a petição criada pelo UNICEF e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O abaixo-assinado está disponível na Internet até 15 de março para pressionar a comunidade internacional a doar 1 bilhão de dólares para garantir proteção, saúde e educação a 5 milhões de crianças sírias.
Fonte: ONU