Missão da ONU substitui França

quarta-feira, março 12, 2014

ministro com soldados

Fotografia: REUTERS

Laurent Fabius referiu que à luz do “difícil compromisso” que “se está a obter”, 15 de Setembro é a data para o “início efectivo” da missão das Nações Unidas.

O ministro afirmou ter pedido que fosse feito até agora de forma progressiva o destacamento das forças, em particular de polícias, e esperar conseguir isso.

Sobre quem paga a factura de até 800 milhões de dólares anuais – estimativa do custo da missão internacional no país -, respondeu ser a ONU e, “em parte, a União Africana”. Quanto à França, limitou-se a recordar que o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, calculou o destacamento do seu país em 200 milhões anuais.

A França tem dois mil militares na República Centro Africana (RCA), contingente que pretende reduzir após a chegada ao terreno da missão da ONU.

Cooperação Islâmica

O novo enviado especial da Organização da Cooperação Islâmica (OCI) na RCA, Cheikh Gadio, pediu em Dakar a cessação da violência para promover o diálogo político e a reconciliação entre os centro-africanos.

“A OCI apoia o princípio do diálogo político e a reconciliação, mas, antes de tudo, é preciso cessar as hostilidades e os massacres para apoiar o compromisso das conversações políticas, da assistência humanitária e da reconstrução económica da RCA”, declarou à margem de uma reunião do Clube de Reflexão sobre o Mali. O antigo ministro senegalês dos Negócios Estrangeiros (2000-2009), nomeado na sexta-feira enviado especial  na República Centro Africana declarou que, no quadro desta missão, vai abster-se de intervir em relação à religião embora este aspecto esteja presente na crise centro-africana.

“Não vou intervir na relação de um muçulmano numa crise onde há muçulmanos que têm problemas, mas na qualidade de pan-africanista consciente que o povo da República Centro Africana é inseparável apesar dos problemas”, afirmou Gadio, actual director do Instituto Pan-Africano de Estratégia (IPS), grupo de reflexão, com sede em Dakar, Senegal. Cheikh Gadio disse estar há meses empenhado, a título particular, na resolução da crise centro-africana.

O enviado especial da OCI teve reuniões com políticos da RCA e telefonou à Presidente de transição, Catherine Samba-Panza, para discutir as vias e meios de saída da crise.

“Agora, trata-se de me juntar a todos os que estão no terreno, que fizeram vários esforços, sacrifícios e compromissos para ajudar a República Centro Africana a resolver esta crise”, acrescentou. Gadio foi designado pelo secretário-geral da OCI, Iyad Ameen Madani, que vê neste antigo jornalista e chefe da diplomacia senegalesa “um medianeiro experiente, um académico distinto e um político de alto nível que pode usar os amplos conhecimentos, competência e contactos” para levar a bom porto os objectivos da missão.

A nomeação do enviado especial da Organização da Cooperação Islâmica seguiu-se à reunião de 20 de Fevereiro, em Jeddah, Arábia Saudita, do Comité Executivo da OCI sobre a situação na República Centro Africana. Na reunião, os delegados exortaram o secretário-geral da OCI a proceder, entre outras acções, à designação urgente de um enviado especial para a República Centro Africana.

Fonte: Jornal de Angola


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