Os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Santa Cecília (Unisanta) assistiram a uma palestra com o fotógrafo Gabriel Chaim. Ele veio a Santos, no litoral de São Paulo, para contar as experiências que viveu na Síria, após três anos em zonas de conflito.
As fotos do profissional mostram o drama de milhares de famílias vítimas de conflitos no mundo. Na Síria, ele registrou a rotina dos refugiados, que era um de seus grandes desejos. “A maioria dos refugiados atendidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tem uma condição básica de vida. Este sempre foi meu interesse, mas não o maior. Eu queria conhecer aqueles que não recebiam atendimento e estavam dentro da Síria”, conta Gabriel.
De acordo com o fotógrafo, os refugiados que não conseguiram sair do país e não são assistidos por organizações internacionais vivem em péssima situação. “Como eu disse, comendo cachorro, gato”, relata.
Para aproximar os alunos da realidade dos refugiados, o palestrante trouxe Miguel, um sírio que mora há três meses no Brasil. Em inglês, ele disse ser formado em Engenharia de Telecomunicações, fez mestrado e ainda não conseguiu emprego. O rapaz mora com um grupo de mais de 200 refugiados no bairro do Brás, na capital paulista. A expectativa é que eles trabalhem como carregadores de caixas.
Os estudantes puderam fazer perguntas aos convidados, o que possibilitou um conhecimento maior sobre a realidade da profissão e a experiência de vida deles. Gabriel Chaim é pai de uma menina de cinco anos, e lembra das vezes em que pensou na filha ao presenciar cenas com crianças na Síria. “Várias vezes, eu me deparei com crianças que tinham perdido seus pais e ficaram às margens da sociedade, com cinco anos de idade. Era impossível não lembrar da minha filha”, finaliza o jornalista.
Fonte: G1