Um refugiado da Costa do Marfim está há 43 dias retido no aeroporto internacional Mohammed V, na cidade de Casablanca, no Marrocos, após a polícia marroquina ter barrado sua entrada no país.
Jacques Kokoba deixou seu país em plena crise pós-eleitoral, e, após vários meses viajando, acabou desembarcando no Marrocos. Ele voltava da Mauritânia quando foi barrado pela polícia da fronteira. Os oficiais disseram que só permitiriam sua entrada no país se ele comprovasse renda e residência fixas.
Kokoba está sendo acompanhado por um advogado, que levou o seu caso à justiça marroquina no início de março. A Corte decidiu a seu favor, mas solicitou que ele aguardasse a aprovação da direção geral da Segurança Nacional, para entrar no país, o que ocorreu somente na manhã desta quarta-feira.
Enquanto aguardava a decisão, Kokoba viveu na área de trânsito do aeroporto. Ele costumava se alimentar com lanches oferecidos pela polícia do aeroporto, se lavava nas torneiras dos banheiros, e, como teve a bagagem retida, dormia em cadeiras de metal forradas com o cobertores que trouxe dentro do avião.
Kokoba alega que tem o direito de viver no Marrocos por três meses, mesmo sem comprovar residência fixa, e alega estar sendo vítima de racismo. Segundo ele, os policiais da fronteira não autorizaram sua entrada no país porque ele é cidadão de uma nação localizada na África Subsaariana.
Seu caso também é acompanhado pelo Alto Comissariado das ONU para os Refugiados.
Fonte: Terra