O alto representante da União Africana (UA) para o Mali e Sahel, pediu, em Yamoussoukro, Costa do Marfim, às autoridades daquele país que iniciem “discussões inclusivas” para uma paz duradoura.
Pierre Buyoya, que falava em nome da presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, na abertura da 44ª cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, felicitou o governo e o povo do Mali “pelos progresso notáveis em apenas um ano”, entre os quais realçou o empenho na reconciliação nacional, as acções preparatórias para “negociações inclusivas” e medidas destinadas a restabelecer a confiança, como libertação de prisioneiros e a anulação de mandados de captura contra líderes dos movimentos armados.
Pierra Buyoya, que é igualmente responsável da Missão da UA no Mali e Sahel (MISAHEL), destinada a lutar contra o terrorismo no quadro dos esforços para estabilizar a região, exortou as autoridades de Bamako a estabelecerem “negociações inclusivas” e a assumirem o papel de líderes no processo.
Após as eleições que restauraram a democracia, a próxima etapa no Mali é a realização de negociações com responsáveis de grupos rebeldes do norte na tentativa de se conseguir a paz permanente.
Esforços de paz na região
O presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) afirmou em Yamoussoukro, Costa do Marfim, que 2013 foi “o ano da vitória sobre o terrorismo, criminalidade, obscurantismo e conspirações da divisão e desestabilização”.
“As nossas populações e os amigos da região e de África, apesar das cenas horríveis no norte do Mali, jamais esquecem o apoio internacional que conseguiram reunir para rejeitar esta situação inaceitável”, disse Kadre Ouédraogo na de abertura da cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO.
“Sobre o que aconteceu no Mali no ano passado, fica para sempre lembrado que, apesar da obstrução à lei e à ordem provocada pelo aventureirismo político de alguns, a realização de eleições presidenciais e legislativas foram uma lição de prática democrática”, salientou o político.
O presidente da CEDEAO felicitou os dirigentes oeste-africanos pelo êxito registado no Mali, que tornou possível a restauração da estabilidade e da democracia devido “à visão política” que os líderes tiveram e pelo empenho na execução de “decisões audaciosas”.
Kadre Ouédraogo referiu igualmente “os esforços políticos, diplomáticos e militares sem precedentes” para resolver a crise na Guiné-Bissau, onde em Abril se realizam eleições presidenciais para restabelecer a democracia após o golpe de Estado militar de 2012.
A região, sublinhou, deve estar satisfeita, mas permanecer vigilante em relação aos novos desafios.
Fonte: Jornal de Angola