Secretário-geral está na África para participar de cerimônias sobre os 20 anos do Genocídio de Ruanda; ele disse que crise centro-africana não sera esquecida e pediu ao Conselho de Segurança que aprove envio de missão de paz.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU chegou à República Centro-Africana, neste sábado, prometendo que a crise no país não será esquecida.
Ban está na África para as cerimônias sobre os 20 anos do Genocídio de Ruanda. Em discurso, ele afirmou que tem pedido a líderes em todo o mundo que ajudem a acabar com a crise política centro-africana.
Malária
Ele visitou várias pessoas que tiveram que fugir de suas casas por causa da violência e que estão vivendo agora em locais como aeroportos.
Ban contou que mulheres, homens e crianças estão sendo obrigados a dormir ao relento. Falta alimento e doenças como a malária podem se espalhar ainda mais com a chegada da estação de chuvas.
A República Centro-Africana está atravessando uma crise humanitária por causa de confrontos entre milícias cristãs e muçulmanas. A violência começou em dezembro passado. No momento, 2,2 milhões de pessoas estão precisando de ajuda por causa dos combates.
Minoria Islâmica
Em seu discurso, Ban Ki-moon lembrou que a comunidade internacional falhou em proteger a população de Ruanda há 20 anos. Ele disse que hoje, existe o risco de a mesma comunidade não fazer o suficiente para ajudar os centro-africanos. Segundo Ban, a limpeza étnico-religiosa é uma realidade. Ele contou que a maior parte dos integrantes da minoria islâmica já fugiu do país.
Para Ban, muçulmanos e cristãos foram colocados numa situação de perigo mortal somente pelo fato de terem convicções e uma religião.
Missão de Paz
O chefe da ONU afirmou que a situação é de anarquia e que várias pessoas foram linchadas ou decapitadas. A violência sexual também está aumentando. Ban disse que a impunidade é absoluta e que esta situação tem que mudar.
Ele disse que pediu a transformação da presença política da ONU na República Centro-Afrifcana numa força de paz, e espera que o Conselho de Segurança tome as providências rapidamente.
Fonte: Rádio ONU