Cáritas Libanesa pede mais campos para refugiados em território sírio

sexta-feira, abril 11, 2014

refugiados_Libano_IKMR“O número de refugiados sírios em território libanês alcançou um patamar insustentável para o Líbano, correspondente a 25-30% da população presente no território nacional. As potências globais e regionais ao invés de fornecerem armas a quem mata, deveriam concentrar suas ações nesta emergência”: essas são as declarações do Presidente da Cáritas Libanesa, o sacerdote maronita Paul Karam, à Agência Fides.

Pe. Karam retoma a proposta lançada pelo Patriarca maronita Bechara Boutros Rai em seus pronunciamentos em Genebra: “Na Síria, existem amplas regiões onde não há conflito, onde podem ser montados campos para refugiados ou centros de socorro e assistência, inclusive na região fronteiriça entre Líbano e Síria. Assim, com a substancial intervenção da comunidade e dos organismos internacionais, se poderiam administrar processos e emergências que aparecem agora fora de qualquer controle”, explica o sacerdote maronita.

Nos dias passados, as fontes oficiais da ONU confirmaram que os refugiados sírios registrados no Líbano superaram a cifra de um milhão. Segundo o Presidente da Cáritas Libanesa, os dados reais são muito mais alarmantes: “Os refugiados que fugiram da guerra síria são pelo menos um milhão e meio, aos quais se acrescentam meio milhão de refugiados palestinos. Para um país pequeno como o Líbano, se trata de números intoleráveis, que colocam sob pressão o já frágil sistema social. A maior parte dos refugiados é muçulmano, e isso desestabiliza o delicado equilíbrio demográfico libanês. O impacto desses fluxos se sente na crise econômica, na falta de trabalho, nas escolas, nos hospitais, e também na questão da segurança: nos últimos meses, em cada oito presos no Líbano por ações criminosas, oito eram sírios”, refere Pe. Karam.

A Cáritas cuida diretamente de 200 mil refugiados e assiste 55 mil no campo da saúde. “Mas sobre os fatores políticos e geopolíticos que geram o desastre humanitário sírio nós não podemos intervir. Isso diz respeito aos grandes líderes, que são todos de alguma maneira responsáveis por aquilo que está acontecendo na Síria”, conclui o Presidente da Cáritas Libanesa.

Fonte: News.VA


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