Após a confirmação de que crianças foram mortas no Sudão do Sul nos últimos ataques contra civis ou como resultado de terem sido recrutadas por grupos armados para serem transformadas em crianças-soldado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou, nesta terça-feira (22), que a crescente violência, além de tirar vidas, está agravando uma já “muito perigosa” crise de desnutrição, que pode afetar cerca de 250 mil crianças até o final do ano.
Crianças são as maiores vítimas da guerra do Sudão do Sul. Foto: ACNUR
Muitas crianças também estavam entre as dezenas de pessoas deslocadas na base da ONU na cidade de Bor, capital de Jonglei, que foram atacadas por homens armados no dia 17 de abril. “Os números exatos estão sendo verificados”, disse porta-voz do UNICEF na região, Christophe Boulierac, acrescentando que cerca de 23 mil pessoas estão atualmente abrigadas na base.
Crianças foram mortas em ataques diretos ou como vítimas de fogo cruzado. “Aqueles em posições de comando e liderança têm o dever de manter as crianças fora de perigo e tomar todas as medidas necessárias para evitar que as crianças façam parte de grupos armados”, acrescentou.
Desde da última quinta-feira (17), novos surtos de violência devastam as cidades no norte e centro do país. Esses confrontos e ataques de represália forçaram milhares de pessoas a buscar refúgio nas bases da Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS), que já estavam lotadas, abrigando mais de 75 mil.
Fonte: ONU
