Alto Comissariado para Refugiados presta assistência às famílias, que já solicitaram refúgio ao governo francês; segundo o Acnur, esses civis tinham bom nível social e econômico até o início da guerra civil.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Vivendo numa praça nos arredores de Paris, na França, foram encontrados cerca de 200 sírios que fugiram da guerra civil. Ao receber a informação sobre a presença das 45 famílias, equipes do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, foram prestar assistência ao grupo.
Da capital francesa, o consultor jurídico do Acnur, José Fischel, explicou à Rádio ONU que as famílias fizeram rotas diferentes para chegar até a Europa.
Travessia
“Alguns atravessaram da África para a Europa via Itália; outros chegaram até o Marrocos e depois cruzaram o Mar Mediterrâneo para ingressar na Europa via Espanha e se deslocaram então aqui para a França. Eles tinham um problema de acolhimento porque não haviam ainda solicitado refúgio e viviam sim como moradores de rua, alguns compraram carros velhos e dormiam nesses carros.”
O Acnur ajudou as famílias a pedir refúgio oficial à França. Segundo José Fischel, o processo para os sírios geralmente leva três meses, mas nesse caso, o governo francês se comprometeu a resolver a situação dos civis em 15 dias.
Perfil
Muitos desses sírios tinham boas condições de vida antes da guerra civil. O grupo que agora está na França inclui até um ex-dono de restaurante, como explica José Fischel.
“Interessante é que temos não só pessoas com perfil mais elevado, do ponto de vista social, quanto acadêmico e até mesmo econômico, como temos também sírios que professam religiões diferentes. Temos sírios muçulmanos e outros que são cristãos.”
José Fischel destaca que a França aprova 95% dos pedidos de refúgio solicitados por sírios, por isso, o Acnur está otimista sobre o futuro das famílias.
Os 200 civis já saíram das ruas e estão em abrigos temporários enquanto aguardam a decisão do governo. Mais de 9,3 milhões de civis foram afetados pela guerra civil e a maioria fugiu para a Jordânia, Líbano e Turquia. Apenas 4% desse total está na Europa, cerca de 93 mil pessoas.
Fonte: Rádio ONU