Pessoal da ACNUR no oeste da Etiópia ajuda a mover um refugiado sul-sudanês ferido, que fugiu atravessando o rio Baro para escapar da violência. Foto: ACNUR / L.Godinho
Nesta terça-feira (6), o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) confirmou um forte aumento no número de refugiados que fogem dos conflitos no Sudão do Sul, após forças do governo capturarem o reduto rebelde de Nasir, na região da Grande Alto Nilo, no último fim de semana.
“Nas últimas 72 horas, mais de 11 mil pessoas já cruzaram a fronteira com a cidade etíope de Burubiey, uma pequena comunidade remota às margens do rio Baro, que marca a fronteira entre os dois países”, disse Adrian Edwards, porta-voz do ACNUR.
Segundo ele, os recém-chegados alertam que mais pessoas estão a caminho e outras estão acumuladas no lado sul-sudanês da fronteira, esperando para atravessar o rio em uma das poucas e pequenas balsas.
Ao chegar, os refugiados estão sendo registrados e recebendo cuidados médicos básicos e nutricionais, e recebendo itens de ajuda em um centro de recepção aberto na semana passada pelo ACNUR e pela Administração para Assuntos de Refugiados e Retornados (ARRA) da Etiópia.
Os refugiados registrados estão sendo movidos para o campo de Kule, que fica a cerca de 250 km ao leste. Este acampamento está se aproximando rapidamente da sua capacidade, de 40 mil refugiados. Um novo campo está sendo estabelecido nas proximidades para acomodar mais de 30 mil pessoas.
A maioria dos refugiados recém-chegados são mulheres e crianças (mais de 70%), embora um número crescente de homens agora também estão fugindo.
Mais de 110 mil sul-sudaneses fugiram para Etiópia desde a eclosão da violência em dezembro de 2013. Até agora, na Etiópia, cerca de 102 mil passaram por registro inicial.
Dos 205 mil refugiados, cerca de 102 mil fugiram para Uganda, 67 mil para o Sudão e 34 mil para o Quênia, enquanto cerca de 923 mil pessoas estão deslocadas dentro do próprio Sudão do Sul. No geral, são mais de 1,3 milhão de deslocados na crise atual.
Enquanto isso, agências humanitárias apelaram por financiamento para assistir os refugiados da crise do Sudão do Sul. Até agora foi recebido apenas 14% dos 370 mil dólares americanos solicitados.
Parceiros da ACNUR, a ARRA, a Cruz Vermelha Etíope e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) também estão apoiando os refugiados.
Fonte: ONU
