Alto Comissário se encontra com refugiados no campo de Azraq, na Jordânia

segunda-feira, maio 5, 2014

No campo de Azraq, na Jordânia, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, conversa com refugiados recém-chegados que descreviam suas fugas da Síria.

No campo de Azraq, na Jordânia, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, conversa com refugiados recém-chegados que descreviam suas fugas da Síria.

O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, visitou, neste sábado, o mais novo campo de refugiados do mundo, em Azraq, no leste da Jordânia, e encontrou famílias que fugiram do conflito na vizinha Síria.

Mais de 1.000 refugiados chegaram ao campo desde sua abertura oficial, em 30 de abril. Com 400-600 sírios atravessando a fronteira para a Jordânia a cada dia, planeja-se que Azraq abrigue aproximadamente 130.000 pessoas, tornando-se um dos maiores campos de refugiados do mundo.

Na área de recepção, na entrada do campo, famílias exaustas, recém-chegadas da fronteira, estavam sentadas em cadeiras de plástico, à sombra do intenso sol do deserto, enquanto esperavam para serem apresentados aos seus novos abrigos. Guterres perguntou a elas sobre as condições que elas tinham enfrentado dentro da Síria, bem como acerca da viagem que fizeram em busca de segurança para a Jordânia.

Uma família, da Velha Cidade sitiada de Homs, descreveu que foram obrigados a comer qualquer coisa que pudessem encontrar crescendo na terra para sobreviver – incluindo ervas daninhas e gramas. Eles escaparam da Velha Cidade em fevereiro, como parte de uma missão de evacuação liderada pela ONU, e finalmente conseguiram ir para a Jordânia após pagarem para contrabandistas leva-los a pé dos arredores de Homs para a fronteira.

“A Jordânia cuidará de vocês e o ACNUR e seus parceiros farão o melhor para dar suporte à estadia de vocês aqui”, disse Guterres a eles. “Mas claro que nós queremos que a paz retorne à Síria e que vocês possam voltar para Homs”.

O Alto Comissário visitou as instalações do campo, que incluem locais como os centros comunitários e áreas de recreação para crianças em cada uma das quatro vilas atualmente em operação dentro do campo.

Esse é um contraste com o primeiro campo de refugiados da Jordânia, o campo de Za’atari, onde há cerca de 100.000 habitantes, onde todos compartilham os mesmos serviços centralizados. O campo de Azraq foi projetado para promover um maior senso de propriedade e de comunidade entre os residentes.

O campo também conta com um grande supermercado, onde cupons fornecidos pelo Programa Mundial de Alimentos podem ser trocados por carne e vegetais frescos e, para o café da manhã, cereais e bebidas em lata. Cada residente recebe US$33 por mês em cupons. Além disso, quando chegam, eles recebem um pacote com comida básica contendo itens como óleo, arroz, lentilha e açúcar.

Durante a visita, um grupo de homens sírios convidou Guterres para conhecer um de seus abrigos e ver em que condições vivem, bem como ouvir suas primeiras impressões sobre o campo. Fora das linhas brancas de estrutura metálica, um dos homens leu um poema escrito em uma folha de papel descrevendo o sofrimento que enfrentou na Síria, e chamando o ACNUR, juntamente com as autoridades jordanianas, para ajuda-los na adaptação da vida no campo.

Algumas das dificuldades encontradas pelos moradores do campo incluem falta de eletricidade dentro dos abrigos, falta de acesso aos serviços básicos como barbeiros e lojas de roupas, e o clima árido do deserto que é frequentemente escaldante durante o dia e muito frio durante a noite.

Guterres disse que entende que a vida no novo campo é difícil, mas salientou que a Jordânia é um país pequeno, com recursos limitados, que já abriga 1.7 milhões de refugiados palestinos e pelo menos 600.000 refugiados sírios que fogem do conflito pela fronteira.

“Mesmo tentando fazer um acampamento digno aqui, sabemos que não é nada em comparação com as pessoas que vivem em suas próprias casas, em suas cidades e vilas”, ele disse. “Mas estamos nos esforçando para melhorar as coisas progressivamente, e fazendo o máximo possível para termos apoio internacional para a melhoria das condições”.

O Alto Comissário se encontrou com uma família que estava esperando para ser alocada em um novo abrigo, pois seu primeiro tinha queimado na noite anterior devido a uma falha, que se suspeita ter sido causada por fogões a gás que são dados aos refugiados assim que chegam ao campo.

O serviço de bombeiros do campo está trabalhando para confirmar as causas do incêndio, mas Guterres prometeu que os fogões defeituosos devem ser substituídos por novos modelos.

Por Charlie Dunmore no Campo de Azraq, Jordânia.

Por: ACNUR


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