Educação na República Centro-Africana está ‘de joelhos’, alerta UNICEF

terça-feira, maio 13, 2014

Marc Tamara, professor de francês na escola centro-africana de ensino médio “Etat des Rapides”, que foi saqueada e depredada. Foto: UNICEF RCA/Matas/2013

Marc Tamara, professor de francês na escola centro-africana de ensino médio “Etat des Rapides”, que foi saqueada e depredada. Foto: UNICEF RCA/Matas/2013

Após pesquisa realizada em conjunto com organizações parceiras, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou na última semana que o sistema educativo da República Centro-Africana (RCA) encontra-se em estado precário, com quase dois terços de suas escolas ainda fechadas no começo do segundo semestre letivo.

“O sistema de educação está literalmente de joelhos”, disse Souleymane Diabaté, representante do Fundo na RCA. “Muitos professores não recebem salários há meses; não há material didático e o pouco de infraestrutura que havia antes da crise foi danificado.”

Os confrontos civis têm afastado as famílias das escolas, devido à falta de segurança para as crianças.

Em média, diz a pesquisa, as escolas centro-africanas funcionaram somente por quatro semanas desde outubro de 2013. Um terço das 355 escolas registradas sofreram ataques diversos – balas perdidas, incêndios, saques e ocupações – e um terço dos alunos matriculados no ano letivo anterior abandonaram os estudos formais em 2014.

Os programas de educação do UNICEF permanecem extremamente subfinanciados, alertou a agência. Apenas 3 milhões de dólares já foram recebidos até agora, de um total 10 milhões de dólares necessários para ajudar a manter as crianças na escola.

Desde a derrubada do governo nacional por rebeldes em 2012, as lutas armadas na RCA têm ampliado sua brutalidade e seu caráter sectário, com inúmeros casos de violações de direitos humanos especialmente pelos grupos “anti-balaka”, majoritariamente cristão, e Séléka, majoritariamente muçulmano.

Quase metade da nação – 2,2 milhões de pessoas – ainda se encontra dependente de ajuda humanitária imediata.

Fonte: ONU


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