Mais de 11 mil sul-sudaneses fugiram para a Etiópia nas ultimas 72 horas

quinta-feira, maio 8, 2014

A equipe do ACNUR no oeste da Etiópia ajuda na remoção de refugiados sul-sudaneses feridos que fugiam cruzando o Rio Baro para escapar da violência.

A equipe do ACNUR no oeste da Etiópia ajuda na remoção de refugiados sul-sudaneses feridos que fugiam cruzando o Rio Baro para escapar da violência.

A Agência da ONU para os Refugiados relatou o aumento do número de refugiados que fogem dos conflitos no Sudão do Sul, principalmente depois que as forças do governo capturaram o reduto rebelde de Nasir, na grande região do Alto do Nilo, no último fim de semana.

“Nas últimas 72 horas, mais de 11.000 pessoas cruzaram a fronteira da cidade etíope de Burubiey, uma pequena e remota comunidade localizada as margens do Rio Baro, que divide os dois países”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.

“Os refugiados nos disseram que há mais pessoas a caminho, pois muitos estão no lado sul-sudanês da fronteira a espera de atravessar o rio em uma das poucas e pequenas balsas. Esses refugiados recém-chegados, todos da etnia Nuers, relataram que mais pessoas estão fugindo de Nasir (cerca de 30 quilômetros da fronteira)”, ele acrescenta.

Os refugiados estão sendo registrados logo que chegam e recebem assistência médica básica e cuidados nutricionais, além de itens básicos de primeiros-socorros no centro de recepção, aberto na semana passada pelo ACNUR e pela Administração Etíope para Assuntos de Refugiados e Retornados (ARRA, sigla em inglês).

O ACNUR e seus parceiros, incluindo a ARRA e a Sociedade Etíope da Cruz Vermelha, estão aumentando as respostas para enfrentar essa nova onda de refugiados – alguns deles apresentam necessidades médicas urgentes – e para aliviar as condições de superlotação.

“Milhares de pessoas ainda estão esperando para serem registradas e nós estamos movendo a equipe do campo de refugiados de Leitchuor para Burubiey com a finalidade de ajudar, dando prioridade para aquelas com necessidades urgentes de saúde e nutrição. Estamos trabalhando também no envio de funcionários e itens de ajuda humanitária para a região”, disse Edwards.

Uma vez registrados, os refugiados são movidos para o campo de refugiados de Kule, que fica cerca de 250 km a leste. Esse campo está rapidamente se aproximando de sua capacidade total, de 40.000 refugiados, e um novo campo próximo a esse está sendo estabelecidas para acomodar outras 30.000 pessoas.

A Organização Internacional para Migração, uma parceira do ACNUR, também está aumentando sua capacidade de transportar pessoas para longe da fronteira com o estado sul-sudanês de Jonglei para os campos já estabelecidos. Chuvas fortes são esperadas a qualquer momento e isso vai fazer com que a realocação dos refugiados de Burubiey se torne um desafio.

A maioria das pessoas que chegam ainda são mulheres e crianças (mais de 70%), embora agora haja um crescente aumento do número de homens que estão fugindo. Mais de 110.000 refugiados fugiram do Sudão do Sul para a Etiópia desde a eclosão da violência no país em dezembro passado. Até agora, cerca de de 102.000 pessoas passaram pelo registro inicial. Eles estão ficando em quatro campos no oeste da Etiópia, no estado de Gambela, administrado pelo ACNUR e pela ARRA.

Outros 205.000 refugiados fugiram para Uganda (102.698), Sudão (67.401) e Quênia (34.770), enquanto outras 923.000 pessoas estão deslocadas dentro do Sudão do Sul. No geral, mais de 1.3 milhões de pessoas estão deslocadas pela corrente crise.

Enquanto isso, o apelo feito pelas interagências para a crise no Sudão do Sul, continua a ser dramaticamente subfinanciado, com apenas 14% do que foi requerido.

Fonte: ACNUR


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